Opinião

O bolsonarismo e a democracia

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Arquivo / AFP - 

Contagem (MG) - A mais ou menos cinco mil anos antes de Cristo em um território chamado de Grécia nascia um regime político no qual o diálogo, o debate seria valorizado. Foi chamado de democracia direta. Era direta devido ao fato dos homens livres (você leu direito) somente os homens livres participavam dos debates, reuniam no Ágora para decidir os caminhos da cidade. Em relação as mulheres, jovens e escravos estes eram impedidos de participarem.

O ocidente viu nesse regime uma forma de organizar os estados que seriam muito maiores territorialmente do que a Grécia e, portanto, com maior número de habitantes. Sendo assim criou a democracia representativa. Essa que mantemos até o momento. Sendo assim, este modelo vem sendo aperfeiçoado segundo o povo e país no qual está presente. Uma das características desse regime é que através do voto o eleitor escolhe um representante que em seu nome participa e toma as decisões políticas e econômicas relativas ao estado, município ou país. 

Na democracia representativa a confiança nas instituições que a compõe como legislativo, judiciário e executivo são fundamentais. Pensando assim parece que o regime funciona perfeitamente. Claro que não, mas é o que temos para o momento que permite uma maior participação popular. Pode e deve ser melhorado. 

Mas o que faz o bolsonarismo? Enfraquece essa confiança que deveria ser depositado nas instituições democráticas. A cada fala, discurso, escolha de ministros ou pessoas para participarem do governo de Bolsonaro essas instituições tornam mais fracas, menos confiáveis. Quem hoje confia na PGR? Na Câmara dos Deputados? No ministério da Economia? Da educação ou saúde? Até mesmo na Polícia Federal essa desconfiança aumenta. Isso é péssimo, pois o que vemos são ações como as que ocorrem nesse princípio de campanha política: a violência tomando o espaço que deveria ser do debate de ideias para sairmos da crise na qual estamos. Isso é lastimável. 

O bolsonarismo não consegue estar de mãos dadas com o sistema democrático, por isso necessita de ações e falas que produzam os denominados sentimentos negativos: raiva e ódio são dois exemplos. 

Não apresentam ideias novas para solucionar os problemas sociais nos quais a população está inserida. Uma coisa é certa: vencer Bolsonaro nessas eleições será uma tarefa árdua devido ao aumento do clímax produzido por este, mas vencer o bolsonarismo levará tempo, mas muito tempo e trabalho para aumentar a confiança nas instituições democráticas e, consequentemente na democracia.

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