Internacional

Trump diz que “muita coisa boa virá” após conversa com Lula sobre tarifas e sanções

Presidentes discutem sobretaxas, comércio bilateral e cooperação contra o crime organizado em telefonema de 40 minutos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (2) que “muita coisa boa resultará” da recente conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Trump, o diálogo abordou comércio, cooperação bilateral e sanções aplicadas ao Judiciário brasileiro por causa do processo criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A jornalistas na Casa Branca, o líder norte-americano disse que a conversa foi “ótima” e reiterou que tratou do pacote tarifário imposto durante seu governo. Mais cedo, em publicação nas redes sociais, Trump afirmou estar ansioso para encontrar Lula em breve e classificou a parceria recém-formada como “promissora”, segundo a agência Reuters.

Foto: Ricardo Stuckert | PR. 

Lula cobra avanço na retirada das sobretaxas

De acordo com o Palácio do Planalto, Lula defendeu a necessidade de avançar rapidamente nas negociações para eliminar a sobretaxa de quarenta por cento que ainda incide sobre parte dos produtos brasileiros. O telefonema durou quarenta minutos e também tratou de ações de cooperação contra o crime organizado.

O governo brasileiro avalia como positiva a decisão anunciada pela Casa Branca no fim de novembro, que retirou duzentos e trinta e oito produtos da lista de tarifas adicionais — entre eles café, frutas tropicais, cacau, carnes e especiarias. Entretanto, vinte e dois por cento das exportações brasileiras aos EUA continuam sujeitas ao tarifaço.

Como surgiu a tarifa adicional

As sobretaxas fazem parte da política comercial adotada por Trump para fortalecer a competitividade dos Estados Unidos frente à China. Em abril, o governo norte-americano elevou tarifas para diversos países, mas aplicou ao Brasil a alíquota mínima, de dez por cento, por causa do superávit norte-americano na relação comercial.

O cenário mudou em agosto, quando a Casa Branca impôs uma tarifa extra de quarenta por cento ao Brasil em retaliação a decisões do governo brasileiro consideradas prejudiciais às big techs. A medida também foi uma resposta ao julgamento e à condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

A reversão parcial dessas tarifas — anunciada em novembro e ampliada após encontros recentes entre Lula e Trump — abriu nova rodada de negociações entre os dois países.

Próximos passos

O Brasil busca retirar novos produtos da lista tarifada, com foco agora na indústria, setor que enfrenta maior dificuldade para redirecionar exportações. O debate inclui temas não tarifários, como terras raras, big techs, energia renovável e o Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center (Redata).

Comentários