Para quem é do ramo político ou tem conhecimento e envolvimento em torno da disputa eleitoral já está acompanhando e buscando entender qual será o possível desenho daquilo que será anunciado no segundo semestre do próximo ano. Aqueles focados na política por cargo eletivo a nível municipal já sabem que neste ano que antecede as eleições é o momento em que internamente os partidos políticos estão a todo vapor em buscar de nomes para a organização da disputa eleitoral.
O povo de modo geral não participa diretamente desde momento, mas alguns da imprensa conseguem perceber algumas movimentações as expõem para aqueles atentos aos noticiários.
Os eleitores de modo geral só acompanham e avaliam os nomes postos na disputa eleitoral pouco tempo antes de visitarem as urnas para depositarem seus votos.
De maneira diferente, os políticos envolvidos no processo vivem em torno de disputas eleitorais diariamente e muitas das vezes já construíram acordos na eleição anterior há quatro anos. Desta mesma maneira podem ter feitos acordos nas eleições que ocorreram no ano passado, pois isso faz parte do processo.
De maneira geral, em se tratando de política, os eleitores voltam suas atenções para o período de campanha eleitoral até o momento da divulgação do resultado das urnas, mas para os envolvidos na disputa este momento de concentração dos eleitores tem outra conotação. Para os envolvidos diretamente no processo político é a etapa para acompanhar e avaliar aquilo que deu certo ou não. Entender se o plano construído por um longo período funcionou ou não. Neste momento o político vive uma tensão enorme que pode vir envolvida de algo do tipo, como entusiasmo, angústia e que pode culminar em frustração e decepção. Este projeto também pode trazer aquilo que é o mais coerente e esperado pelo seus mentores que são prazer, alegria, sensação de honra e até a exaltação do ego por saber que o projeto antes desenhando e organizado deu certo.
Aliás, para o político e para os demais envolvidos no processo eleitoral em torno da disputa, o ano que antecede a eleição é o mais importante. Este ano é o período dedicado aos ajustes e organização internas dos partidos e a formatação para então formalizar os acordos no ano seguinte para que seja apresentado aos eleitores os nomes que estarão na disputa.
Finalmente, mesmo com todo estes ajustes nem sempre é possível ao político apresentar o melhor dos projetos aos eleitores. As vezes aqueles políticos bem-intencionados que realmente pensam em fazer o que realmente é política são levados e de certa maneira até obrigados aceitarem dentro do grupo pessoas com mentalidade não condizente com a construção da arte de governar para o bem comum.
Assim sendo, é bem interessante que o eleitor fique atento e acompanhe sempre as movimentações políticas e faça questão também de acompanhar a trajetória das pessoas envolvidas na disputa eleitoral. Não é aconselhável ao eleitor focar na política apenas no período eleitoral.
*Júlio Couto é professor na rede pública estadual de ensino em Minas Gerais, com graduação em Letras pela PUC Minas.
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