Quando vamos vender um carro, vender uma casa ou qualquer bem, mensurar o seu valor não é uma tarefa fácil. Tem a ver com a procura por ela, seu estado, sua localização, sua necessidade de vender ou não. Para mensurar o valor de alguma coisa procuramos uma comparação. Procuramos algo que seja perfeito, e achamos, é claro, perfeições nas nossas coisas e a comparamos com outras. Valores têm a ver com um referencial. Ele não são tirados do ar, da nossa mente. Sendo referência, procuramos o melhor entre todos.
No entanto, tendemos a valorar nossas coisas, independentemente do mercado ou o que ele aponta. O que é nosso é mais, é sempre mais. Afinal, cuidamos do nosso bem com carinho e colocamos esse carinho no custo de oportunidade.
Oportuna ou não, a negociação pode avançar, recuar ou simplesmente desistimos porque ninguém dá o valor que nós julgamos merecedor.
O maior bem que temos é nossa vida, nossa história, o que achamos que o mundo nos deve porque tivemos um comportamento x ou não. Se não somos melhores é porque o mundo conspirou contra nós.
Mas nossa vida é o nosso tempo. O nosso tempo de vida. Trocamos nosso tempo de vida por algum valor. Destinamos nosso tempo para cedê-lo a outro em troca de algum valor. E esse valor nem sempre condiz com aquilo que queremos. Mas aceitamos porque o valor da vida, o valor do tempo, sua disposição ou alguém querer comprá-lo definem o seu valor.
Se valorizamos demais o nosso tempo ele ficará ocioso e não podemos usá-lo como um bem. Trocá-lo por alguma coisa.
Quanto vale o seu tempo? Quanto vale a sua vida?
Devemos perguntar que produto é esse que você atribui um valor, ou nós atribuímos um valor. A nossa vida e a sua vida valem a pena. A quem ela melhor serve? A nós mesmos ou ela está a serviço de outros?
A primeira valorização é aquela que nós fazemos dela. O que é viver, para nós? Acordar todos os dias e cumprir uma rotina e, portanto, o tempo se desperdiça. Viver o ócio é um pecado ou é uma maneira de usar o tempo para pensar sobre o mesmo tempo e a nossa vida?
E se compararmos nossas vidas com outras vidas mais perfeitas, a partir de um conceito qualquer. De vidas que têm uma história para contar, uma carreira para se orgulhar ou um feito para comemorar. Esses trabalharam para atribuir valor às suas vidas ou trabalharam para tornar suas vidas a melhor forma de valorizar o seu tempo de vida?
Um bom produto, para ter oferta de mercado, necessita estar funcionando, ser útil para alguém e ser diferente de todos.
Valorizar nossa vida é um conjunto de argumentos que envolve aquilo que fazemos de bom para tornar esse produto, nossa vida, a melhor forma de perfeição. E, no final das contas, o orgulho de ter vivido uma vida bem vivida, servindo mais a si mesmo do que a outros, é que reside o real valor de nossas vidas. E aí, esse tempo de vida se torna mais valorizado.
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