
Brasília - Os Estados Unidos anunciaram a revogação do visto do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, após sua participação em uma manifestação pró-Palestina em Nova York, durante a 80ª Assembleia Geral da ONU. A decisão foi confirmada pelas redes sociais do Departamento de Estado, que acusou o presidente colombiano de fazer “ações incendiárias” e incitar soldados norte-americanos a desobedecer ordens.
Protesto e declaração polêmica
Durante o ato, Petro defendeu a formação de uma força armada global para libertar os palestinos e chamou os soldados dos EUA a desobedecer ordens de Donald Trump. O Departamento de Estado justificou a medida afirmando que o presidente colombiano “esteve nas ruas de Nova Iorque e incitou soldados norte-americanos a desobedecer às ordens e incitou à violência”.
Petro retornou à Colômbia e reagiu publicamente, afirmando que os Estados Unidos estão ferindo o direito internacional e os princípios de imunidade da ONU. Segundo ele:
“Cheguei a Bogotá. Não tenho mais visto para viajar para os EUA. Não me importo. Não preciso de visto, apenas de um ESTA … porque não sou apenas um cidadão colombiano, mas também um cidadão europeu.”
Ele também disse que a revogação foi retaliação por suas críticas ao conflito em Gaza:
“O visto foi revogado por denunciar o ‘genocídio’ na Palestina. A humanidade deve ser livre em todo o mundo … Sou livre e todo ser humano deve ser livre na terra.”
Implicações diplomáticas
A revogação do visto de um chefe de Estado é incomum e eleva a tensão diplomática entre Bogotá e Washington. Além disso, Petro alegou que o ato viola os regimes de imunidade previstos para representantes de Estado em missões na ONU.
A relação bilateral entre Colômbia e EUA já vinha estremecida, especialmente após divergências sobre política migratória e cooperação antinarcóticos.
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