“O Mantiqueira” estreia neste sábado com edição zero gratuita em Campos do Jordão
Revista cultural nasce do Carde, museu da Fundação Lia Maria Aguiar, e propõe reflexões sobre memória, democracia e identidade regional

Belo Horizonte - A edição zero da revista cultural O Mantiqueira será lançada neste sábado (20), em Campos do Jordão (SP). Inspirada nos tradicionais suplementos dominicais de cultura, a publicação estreia em formato impresso gratuito, com distribuição em escolas, universidades, livrarias e bancas da região, além de versão digital disponível para download.
O projeto editorial é fruto da parceria entre o Carde, museu da Fundação Lia Maria Aguiar (FLMA) — que reúne cerca de 500 automóveis históricos e se dedica a explorar relações entre design, memória e identidade — e o Projeto República, centro de memória e documentação da UFMG coordenado pela historiadora Heloísa Starling.
Segundo os organizadores, o objetivo é narrar as histórias do século 21 a partir das múltiplas camadas da Serra da Mantiqueira, refletindo sobre cultura, política e sociedade.
Temas da edição zero
A estreia traz uma entrevista exclusiva com o historiador Evaldo Cabral de Mello, além de artigos que discutem a ocupação caipira, a memória territorial, a democracia e os desafios ambientais e sociais do Brasil contemporâneo. Também há espaço para artes, como um ensaio sobre o legado do artista plástico e compositor Heitor dos Prazeres.
Em suas páginas, a revista faz paralelos entre o presente e o passado, como no debate sobre a ascensão do nazismo nos anos 1930 e os riscos da intolerância nos dias atuais.
“A Serra da Mantiqueira é uma estrada interminável, por onde cruzam diversos caminhos, todos embutidos uns dentro de outros e cada um conduzindo o fio de suas histórias. Quando olhamos para a história da Mantiqueira, vemos a história dos indígenas, dos escravizados, das riquezas do nosso país”, afirma Heloísa Starling.
Distribuição e periodicidade
O lançamento de O Mantiqueira é resultado de um investimento da Fundação Lia Maria Aguiar, criada pela herdeira do grupo Bradesco. Lia, que anunciou a doação de sua fortuna — estimada em mais de R$ 1 bilhão — para a instituição, mantém como missão o fomento à cultura e à educação na região.
A publicação terá periodicidade quadrimestral, sempre com propostas que conectam reflexão acadêmica e linguagem acessível ao público geral.
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