Lula se reúne com Trump em Kuala Lumpur e negociações sobre tarifas ganham impulso
Durante encontro de cerca de 50 minutos, Brasil pede suspensão do “tarifaço” e Trump autoriza início imediato das negociações
Belo Horizonte – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniram-se no domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, durante a 47ª Cúpula da ASEAN. O encontro deixou sinais claros de que as tensões comerciais entre os dois países poderão ter início de entendimento diplomático.
Lula afirmou que “não há razão para que haja qualquer desavença entre Brasil e Estados Unidos”, e solicitou a suspensão imediata das tarifas impostas aos produtos brasileiros enquanto as negociações forem conduzidas. Ele afirmou que, quando dois presidentes se sentam à mesa, “a tendência natural é encaminhar para um acordo”.
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, afirmou que Trump autorizou sua equipe a iniciar as negociações ainda na noite do domingo, considerando o fuso horário da Malásia. “A reunião foi muito positiva, o saldo final é ótimo. O presidente Trump declarou que dará instruções a sua equipe para que comece um processo (…) que deve se iniciar hoje mesmo, porque é para tudo ser resolvido em pouco tempo”, disse Vieira.
Durante a conversa, Trump também teria demonstrado admiração pela trajetória política de Lula — especialmente pela retomada após processos e perseguições políticas. Segundo Vieira, Trump mencionou que “admira o perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, tendo sido perseguido no Brasil, se recuperado, provado sua inocência, voltado a se apresentar e, vitoriosamente, conquistando o terceiro mandato”.
Como desdobramentos do encontro, ficou manifestado que Trump poderá visitar o Brasil, e Lula, igualmente, manifestou interesse em viajar aos Estados Unidos. A data ainda não foi definida. Vieira comentou: “O presidente Lula aceitou também e disse que irá, com prazer, aos Estados Unidos. Trump disse que admira o Brasil e que gosta imensamente do povo brasileiro.”
A delegação brasileira incluiu o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e foi acompanhada pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, entre outros assessores.
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