Justiça de Londres condena BHP pelo rompimento da Barragem de Fundão
Decisão reconhece que risco de colapso era previsível; valor da indenização será definido em nova audiência em 2026
A mineradora BHP, acionista da Samarco, foi condenada nesta sexta-feira (14) pelo Tribunal Superior de Justiça de Londres por responsabilidade no rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG). O desastre completou dez anos em outubro e deixou 19 mortos, além de causar destruição ambiental ao longo de centenas de quilômetros.
A Corte britânica concluiu que o colapso era previsível. Trecho da decisão afirma que havia “sinais óbvios de rejeitos saturados e contrativos, além de episódios recorrentes de infiltração e fissuras”, indicando risco elevado. Para os juízes, foi imprudente continuar elevando a barragem sem uma análise técnica adequada.
O documento destaca ainda que um teste de estabilidade teria identificado fatores de segurança insuficientes, o que, segundo a decisão, deveria ter impedido novas intervenções na estrutura.
“É inconcebível que uma decisão tivesse sido tomada para continuar a elevar a altura da barragem nessas circunstâncias e o colapso pudesse ter sido evitado”, diz o texto.
O valor da indenização que a BHP terá de pagar ainda não foi divulgado. Uma nova audiência, prevista para o segundo semestre de 2026, deverá definir o montante.
O rompimento, em cinco de outubro de 2015, liberou milhões de metros cúbicos de rejeitos, destruiu comunidades, contaminou rios e impactou cidades ao longo do trajeto até o Espírito Santo.
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