Saúde

Lula defende políticas públicas que cheguem aos mais pobres em Minas

Presidente participa da Caravana Federativa em Belo Horizonte e destaca ações em saúde e inclusão social

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (11), que as políticas públicas do Estado precisam chegar aos mais pobres, onde quer que eles estejam. A declaração foi feita durante a abertura da Caravana Federativa, em Belo Horizonte, iniciativa do governo federal voltada ao atendimento direto das demandas dos municípios.

“Nós temos que nos indignar com as desigualdades”, afirmou Lula. Segundo o presidente, a proposta da caravana é integrar serviços dos entes federativos e garantir que as ações públicas alcancem quem mais precisa. Ele ressaltou que prefeitos e gestores locais devem demandar que os serviços cheguem às regiões mais vulneráveis.

“Nós temos estrutura de procurar as pessoas para cuidar delas. E é isso que nós estamos fazendo”, disse.

Lula destacou que o Estado não pode esperar que a população mais pobre se desloque até os serviços públicos. “Não vamos esperar que uma pessoa que não tem dente, no Vale do Jequitinhonha, no Vale do Mucuri, tenha tempo de tomar um banho, sair de casa e ir à cidade ao dentista”, argumentou.

Foto: Ricardo Stuckert | PR 

Centro de radioterapia em Itabira

Durante o evento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, chamou atenção para a inauguração de um novo centro de radioterapia em Itabira (MG), que amplia a oferta de tratamento oncológico no Sistema Único de Saúde (SUS). A unidade começa a funcionar nesta quinta-feira (11) e foi financiada com recursos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O investimento na sala de radioterapia do Hospital Nossa Senhora das Dores foi de R$ 13,9 milhões, incluindo obras e equipamentos. O espaço conta com acelerador linear e tecnologias de ponta para o tratamento do câncer.

Além de Itabira, também foram inaugurados centros de radioterapia no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia; no Hospital Geral Tarquínio Lopes Filho, em São Luís (MA); na Santa Casa de Misericórdia de Marília (SP); e no Hospital Maternidade São José, em Colatina (ES). Somados, os investimentos ultrapassam R$ 53,7 milhões.

Padilha anunciou ainda que Minas Gerais contará com carretas equipadas para a realização de exames, com foco na redução das filas. A carreta da saúde da mulher oferecerá ultrassonografia, exame de colo do útero, mamografia e biópsias para diagnóstico de câncer. O ministro também destacou a entrega de 32 novas unidades de saúde bucal móveis. “Agora a unidade móvel vai até a área rural e até a periferia da cidade”, afirmou.

Foto: Ricardo Stuckert | PR 

Integração e ações em Minas Gerais

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ressaltou que a Caravana Federativa é uma política interministerial. “Ninguém governa sozinho. Precisamos nos ajudar para governar o Brasil, independentemente de partido político ou posição. Nosso compromisso é com a população”, disse.

Em Minas Gerais, a caravana oferece atendimento e suporte técnico por meio de balcões de ministérios e órgãos federais, além de oficinas voltadas à qualificação de gestores municipais e estaduais. Estão previstos debates sobre programas estruturantes, participação das mulheres nos espaços de poder e ações federais de reparação pelos danos ambientais na bacia do Rio Doce e no litoral norte do Espírito Santo.

Desde 2023, a Caravana Federativa já passou por Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Tocantins, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Amapá, Piauí e Pará.

Pobres no orçamento e temas internacionais

Lula afirmou que a população mais pobre costuma ser tratada como “invisível” na elaboração do Orçamento da União. Segundo ele, foi necessário alterar padrões para garantir mais justiça na distribuição dos recursos públicos.

O presidente também comentou a tensão entre Venezuela e Estados Unidos, afirmando ter defendido, em conversa com Donald Trump, a busca pelo diálogo. “Eu falei que acredito mais no poder da palavra do que no poder da arma”, disse.

Por fim, Lula voltou a repudiar os casos de violência contra a mulher e feminicídio no país. Para ele, apenas o endurecimento das penas não resolve o problema. “Se a gente não mudar o nosso processo de educação, não adianta fazer lei aumentando pena”, concluiu.

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