Lagoa da Pampulha volta a ter passeios turísticos de barco e reforça papel como símbolo de Belo Horizonte
Reabertura integra o aniversário de 128 anos da capital e marca nova etapa de valorização de um dos principais cartões-postais da cidade
Um dos maiores símbolos de Belo Horizonte, a Lagoa da Pampulha voltará a receber passeios turísticos de barco a partir de dezembro, mês em que a capital completa 128 anos. O anúncio foi feito neste domingo (5) pelo prefeito Álvaro Damião (União Brasil), durante cerimônia de assinatura de um Termo de Cooperação com a Federação Mineira de Vela (FMVela) e de reconhecimento da navegabilidade no espelho d’água.
Considerada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, a Pampulha é um marco da arquitetura e do urbanismo moderno no Brasil, projetada por Oscar Niemeyer, com paisagismo de Burle Marx e obras de Cândido Portinari. A retomada da navegação representa um novo capítulo na história do conjunto e na relação da cidade com o seu principal cartão-postal.
“Estive recentemente na Pampulha, em 16 de maio, quando o Conjunto Arquitetônico completou 82 anos. Naveguei pelo espelho d’água, conversei com secretários, com as pessoas da Prefeitura, e fiz o pedido: eu quero que o povo de Belo Horizonte tenha o prazer que estou tendo hoje, de ver de dentro da Lagoa da Pampulha a imagem da Igreja de São Francisco, do Mineirão, do Mineirinho. Desde que o ex-prefeito Fuad Noman colocou a mão para fazer a limpeza que vem sendo feita na lagoa, ela vem se transformando. Estou dando continuidade a esse trabalho, às boas práticas do Fuad, e uma delas era cuidar da Lagoa da Pampulha”, afirmou o prefeito.
Passeios gratuitos e com vista para o patrimônio
O projeto piloto terá duração de três meses e funcionará de quinta a domingo, das 8h às 17h, com três saídas diárias. As embarcações serão catamarãs com capacidade para 30 passageiros sentados, oferecendo vista panorâmica dos principais monumentos do Conjunto Moderno da Pampulha — como a Igreja de São Francisco de Assis, o Museu de Arte da Pampulha, o Mineirão, o Mineirinho e a Casa do Baile.

Os ingressos serão gratuitos na fase inicial e disponibilizados em site próprio da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). O passeio, com duração de cerca de uma hora, incluirá guia turístico, banheiro a bordo, água potável e sistema de som para narração do trajeto e informações históricas e culturais.
“Nossas ações não se resumem em tornar a lagoa navegável. Trata-se de um Projeto Transformador, de valorização do Conjunto Moderno da Pampulha, com gestão ambiental, urbanística e promoção turística. Hoje eu anuncio que a represa está sendo reaberta para passeios turísticos. A Lagoa da Pampulha é dos belo-horizontinos, dos mineiros, dos brasileiros, ela é mundial. No aniversário de Belo Horizonte, em dezembro, as pessoas poderão navegar pela lagoa”, completou Álvaro Damião.
Lagoa recuperada e segura para navegação
A reabertura da Pampulha foi viabilizada pela melhora na qualidade da água, resultado das ações de despoluição iniciadas em 2016. De acordo com medições da PBH e da Copasa, os índices de qualidade da água variam hoje entre “bom” e “ótimo”, garantindo condições seguras para as atividades náuticas.
Para a operação, 17 servidores municipais — entre agentes da Guarda Municipal e da Diretoria de Manutenção de Bacias (SMOBI) — foram capacitados pela Capitania Fluvial de Minas Gerais, ligada à Marinha do Brasil, para atuar como marinheiros fluviais auxiliares.
A prefeitura e a Capitania dos Portos Fluviais também firmaram convênio para fiscalização do tráfego e das atividades náuticas, reforçando o controle e a segurança das embarcações.

Próximas etapas e legado turístico
Após a fase de testes, os passeios serão licitados e concedidos à iniciativa privada, com objetivo de garantir a continuidade das operações e ampliar os serviços turísticos.
A parceria com a FMVela inclui ainda eventos-teste, atividades de iniciação esportiva e projetos de educação ambiental, aproximando a comunidade da Lagoa.
O plano faz parte do Projeto Transformador de Valorização e Promoção do Conjunto Moderno da Pampulha, coordenado pela Secretaria Municipal de Cultura. A ação reúne também as secretarias de Obras, Meio Ambiente, Esportes, Planejamento e Gestão, a Belotur e a Fundação Municipal de Cultura.
Mais do que um ponto turístico, a Lagoa da Pampulha representa a identidade cultural e afetiva de Belo Horizonte. A volta dos passeios é vista pela prefeitura como um símbolo de renascimento e valorização do patrimônio histórico, artístico e ambiental.
A expectativa é de que a reabertura atraia visitantes, movimente o turismo e reforce a imagem de BH como uma das capitais mais verdes e culturais do país.
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