Braskem fecha acordo de R$ 1,2 bilhão com governo de Alagoas por desastre em Maceió
Pagamento será feito em dez anos e encerra ação judicial movida pelo estado contra a empresa
A Braskem firmou um acordo com o governo de Alagoas para pagar R$ 1,2 bilhão em indenizações relacionadas ao afundamento do solo que atingiu bairros de Maceió, causado pela extração de sal-gema realizada pela companhia.
O valor será quitado em dez anos. Segundo comunicado enviado pela empresa a investidores na noite de segunda-feira (10), R$ 139 milhões já foram pagos. “O saldo deverá ser quitado em dez parcelas anuais variáveis corrigidas, principalmente após 2030, considerando a capacidade de pagamento da companhia”, informou o documento.
O acordo prevê compensação, indenização e ressarcimento ao estado para a reparação de danos patrimoniais e extrapatrimoniais. Com isso, a ação judicial movida pelo governo alagoano contra a empresa será extinta, após homologação pela Justiça.
Em nota, a Braskem afirmou que o acerto “representa um significativo e importante avanço para a companhia em relação aos impactos decorrentes do evento geológico em Alagoas”.
Tragédia em Maceió
O desastre teve início em 2018, quando a exploração de sal-gema pela Braskem provocou instabilidade no subsolo e o consequente afundamento de cinco bairros — Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol. Milhares de imóveis ficaram comprometidos, e mais de 60 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas por risco de desabamento.
As consequências se estenderam nos anos seguintes. Em novembro de 2023, a prefeitura decretou estado de emergência devido ao risco de colapso em uma das minas. A Defesa Civil passou a monitorar diariamente o avanço do afundamento.
A Polícia Federal concluiu investigação sobre o caso e, em novembro de 2023, indiciou 20 pessoas. O inquérito foi encaminhado à 2ª Vara Federal de Alagoas. Em julho de 2025, a Defensoria Pública do estado entrou com novo pedido de indenização de R$ 4 bilhões para compensar a desvalorização de imóveis vizinhos à área afetada.
Estrutura da empresa
A Braskem é controlada pela Novonor (antiga Odebrecht) e tem a Petrobras como acionista relevante, com 47% das ações com direito a voto.
Comentários