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Tornado no Paraná: 32 pessoas seguem internadas e governo amplia ações de apoio às vítimas

Fenômeno destruiu 90% da área urbana de Rio Bonito do Iguaçu e deixou seis mortos; ministro Waldez Góes diz que ainda não é possível mensurar todos os danos

Trinta e duas pessoas continuam internadas em hospitais do Paraná após a passagem de um tornado pelo estado na última sexta-feira (7). Segundo boletim divulgado neste domingo (9) pela Secretaria Estadual de Saúde, quatro pacientes seguem em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas “sem casos graves”.

O tornado, com ventos que ultrapassaram 250 km/h, atingiu em cheio o município de Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do estado, a cerca de 400 km de Curitiba. A cidade, de 14 mil habitantes, teve 90% da área urbana danificada. O fenômeno provocou seis mortes — cinco em Rio Bonito do Iguaçu e uma em Guarapuava.

De acordo com o governo estadual, 835 pessoas receberam atendimento médico. Os feridos foram levados principalmente para Laranjeiras do Sul, cidade vizinha. A Secretaria de Saúde enviou insumos hospitalares por via aérea, com apoio de helicópteros para distribuição nas regiões mais atingidas.

O Corpo de Bombeiros informou que as buscas por desaparecidos foram encerradas e que o foco agora é restabelecer serviços essenciais, como energia, abastecimento de água e fornecimento de alimentos.

Reprodução. 

Metade da cidade segue sem energia

A Copel informou que restabeleceu 49% da rede elétrica em Rio Bonito do Iguaçu. Cerca de 1.900 residências e comércios permanecem sem luz. Mais de 200 profissionais da companhia atuam na reconstrução das redes, já que mais de 300 postes foram destruídos.

Em todo o estado, 90% das ligações afetadas já foram restabelecidas. Cerca de 14,9 mil clientes ainda aguardam reparos, especialmente no Norte do Paraná.

Por causa da destruição, o Enem foi suspenso em Rio Bonito do Iguaçu. A Copel afirmou que monitora os locais de prova nas demais cidades afetadas para garantir o fornecimento de energia.

Municípios afetados e balanço de danos

Segundo a Defesa Civil, doze municípios foram atingidos: Candói, Cantagalo, Cruzeiro do Iguaçu, Foz do Iguaçu, Guaraniaçu, Guarapuava, Londrina, Matinhos, Porto Barreiro, Rio Bonito do Iguaçu, Turvo e Umuarama.

Mais de 14,7 mil pessoas foram impactadas de alguma forma — seja pela falta de energia, água ou comunicação. O número de desalojados chega a 1.060, e 28 pessoas permanecem em abrigos públicos.

Ao todo, 704 casas foram danificadas e outras 15 completamente destruídas, estas últimas em Guarapuava.

Governo federal envia equipes e avalia prejuízos

O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, visitou neste domingo áreas urbanas e rurais afetadas pelo tornado. Segundo ele, ainda não é possível mensurar todos os prejuízos.

“É preciso apoiar as famílias que estão precisando de assistência de saúde, alimentação e abrigo”, disse Góes. O ministro afirmou que o governo já estuda a liberação de cerca de R$ 15 milhões para reconstrução de uma escola e um ginásio destruídos.

Equipes da Força Nacional do SUS e do INSS também foram deslocadas à região para oferecer suporte técnico e social.

O governador Ratinho Junior decretou estado de calamidade em Rio Bonito do Iguaçu, o que permite gastos emergenciais e facilita o acesso a recursos federais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade às vítimas pelas redes sociais.

O trabalho de reconstrução das cidades deve seguir nos próximos dias, com prioridade para o restabelecimento dos serviços públicos e o atendimento às famílias desalojadas.

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