Internacional

Justiça italiana mantém prisão de Carla Zambelli, que aguarda pedido de extradição

Deputada foi condenada a dez anos de prisão pelo STF e deixou o Brasil em maio

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados.  

A Justiça da Itália decidiu manter a prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP), detida em Roma desde julho. Segundo informou a Advocacia-Geral da União (AGU) nesta terça-feira (19), o Tribunal de Apelações da capital italiana rejeitou, em audiência realizada na quarta-feira (13), o pedido da defesa para que a parlamentar fosse transferida para prisão domiciliar enquanto aguarda a análise do pedido de extradição feito pelo Brasil.

Zambelli foi presa na Itália após tentar escapar do cumprimento de um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em maio deste ano, ela deixou o Brasil após ser condenada a dez anos de prisão por envolvimento na invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. A decisão também determinou o pagamento de R$ 2 milhões em danos coletivos.

De acordo com as investigações, Zambelli foi a mentora intelectual do ataque cibernético que resultou na emissão de um mandado falso de prisão contra Moraes. O hackeamento foi executado por Walter Delgatti, condenado no mesmo processo e que confirmou ter atuado a mando da deputada.

O governo brasileiro encaminhou oficialmente o pedido de extradição em 11 de junho, após decisão do STF. O documento foi transmitido pelo Itamaraty às autoridades italianas, que agora analisam o caso.

Paralelamente, Zambelli também foi condenada em outro processo no Supremo por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma, decisão que ainda pode impactar diretamente na manutenção de seu mandato.

Na Câmara dos Deputados, a parlamentar encontra-se em licença não remunerada de 127 dias, autorizada em junho. Caso não retorne ao exercício do mandato após o prazo, poderá ter o cargo cassado por faltas. Além disso, Zambelli responde a outro processo de cassação, motivado justamente pela condenação relacionada ao caso do CNJ.

Comentários