Coluna

DEU TILTE

Rio de Janeiro - Deu tilte.

O Flamengo de ontem à noite, na Arena do Grêmio, no alegríssimo estado do Sul do país, não era nem de longe o Flamengo que começou a era Tite.

Ao contrário dos dois primeiros jogos sob o comando do ex-treinador da Seleção Brasileira, onde o Flamengo mostrou uma defesa forte, atenta e bem postada, no jogo de ontem, a defesa rubro-negra se mostrou mais perdida que cupim em metalúrgica.

A partida válida pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro serviu para mostrar que Tite, assim como o presidente Lula, ainda tem muito trabalho pela frente. Uma dúvida assalta (no bom sentido) a torcida do Flamengo: por que diabos Tite não botou Rodrigo Caio - considerado por todos no clube, disparado o melhor zagueiro do elenco - na vaga do David Luiz?

A defesa tomou 3 gols em 10 minutos. Gols ridículos. Em um deles, o lateral Reinaldo botou com as mãos a bola dentro da área do Flamengo para André Henrique marcar o terceiro gol do Grêmio.

Antes da bola rolar, a noite parecia perfeita para o time da Gávea: o Grêmio não tinha Luis Suárez, seu melhor jogador. O Botafogo não pagou a conta de luz e teve seu jogo contra os reservas do Fortaleza adiado e o time do energético que ‘te dá asas’ perdeu em casa para o Atlético Mineiro. O Flamengo só precisava bater o time do Grêmio - que não ganhava de ninguém - para chegar a vice-liderança, a 6 pontos do líder Botafogo.

Mesmo não jogando bem, o time carioca abriu o placar na reta final do primeiro tempo, com Cebolinha, que jogava mal, como sempre, mas fez valer a “Lei do ex”. 

Na etapa complementar, no entanto, a defesa Rubro-Negra entregou a paçoca.

O Grêmio cresceu de produção com as substituições de Renato Gayucho e conseguiu a virada. Os garotos do Grêmio foram mais eficientes que as “estrelas” do Flamengo. Bruno Henrique entrou no lugar de Cebolinha e parece que “incorporou” o futebol do ex-gremista. Isto é, não jogou nada. Éverton Ribeiro e Gabigol também nada jogaram. 

Éverton ainda deu o passe para o gol de Luiz Araújo, aos 43 minutos do segundo tempo. Gabigol, com o moral mais baixo que o Mauro Cid (ajudante de ordem de Bolsonaro), nem isso. O jogador andou em campo e pouco tocou na bola. 

Mas, como dizem na Funabem: dos males, o menor. Foram-se os anéis (o título do Brasileirão) mas ficaram os dedos (a chance de classificação direta para a Libertadores). 

Que a partida de ontem sirva de lição para o Tite. Tem que jogar quem estiver melhor.  Com essa defesa, mais desafinada que Vanusa cantando o hino do Brasil, não dá.
 

Ediel Ribeiro (RJ)

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Ediel Ribeiro é carioca. Jornalista, cartunista e escritor. Co-autor (junto com Sheila Ferreira) do romance "Sonhos são Azuis". É colunista dos jornais O Dia (RJ) e O Folha de Minas (MG). Autor da tira de humor ácido "Patty & Fatty" publicadas nos jornais "Expresso" (RJ) e "O Municipal" (RJ) e Editor dos jornais de humor "Cartoon" e "Hic!". O autor mora atualmente no Rio de Janeiro, entre um bar e outro.

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