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A MULHER SÓ FAZ SEXO POR AMOR?

Rio de Janeiro - Quantas vezes você já ouviu uma mulher dizer que só transa se tiver apaixonada?  Se estiver amando?

Isso é um mito inventado pelas mulheres para justificar o ato sexual com um homem que acabou de conhecer. As mulheres inventaram isso com medo de serem julgadas e classificadas de fáceis, prostitutas, vadias…

Na verdade, a mulher - como o homem - faz sexo porque é humano. Porque é lindo. Porque é bom. Porque é divino. Porque é saudável. Porque é gostoso. A mulher transa porque sente tesão. Porque tem desejos. Porque está viva. Porque está carente. E, porque precisa… Não porque se apaixonou de repente. 

“Foi amor à primeira vista!” Você também já ouviu isso de algumas mulheres. Outro mito. Não existe amor à primeira vista. Você não vê um homem correndo na praia, lendo um livro, tocando violão num bar e se apaixona perdidamente por ele. 

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Reprodução - 

Não existe amor à primeira vista. Existe necessidade, desejo, tesão, atração à primeira vista. O amor vem depois. Muito depois. Depois de vários encontros. De um relacionamento saudável. De várias transas. Depois do respeito, da convivência, da sedução, da parceria, da cumplicidade. 

O amor vem depois de nos relacionarmos emocional, afetiva, biológica, religiosa, política, financeira e socialmente com o outro. Os motivos para que o amor aconteça, são muitos, mas, nem precisa, necessariamente, serem tantos. Variam conforme o indivíduo. Esperamos, das pessoas, no entanto, que validem nossa existência e nos ajudem a descobrir quem somos.

O que você sente quando transa com alguém que acabou de conhecer é carnal. É pura atração. Dependendo do seu estado de espírito, do seu momento, da sua libido, você pode achá-lo simpático, bonito, lindo, atraente, inteligente, talentoso, o que for. 

E você transa com ele porque não é amada, porque está carente, porque está só, porque quer se vingar. São muitos os motivos. Nenhum deles, no entanto, tem a ver com amor. Se você fosse amada, desejada, cobiçada pelo seu marido, pelo seu namorado ou pelo seu amante, não faria amor com um desconhecido, nem precisaria criar mitos para se sentir bem consigo mesma.

A culpa é da sociedade. A sociedade é hipócrita. O homem conhece uma mulher e, na mesma noite, leva ela pra cama. Não há nada de errado nisso. A sociedade aceita, incentiva e até apoia. É natural. “O homem é um animal sexual'', dizem.

A sociedade é machista, isso sim. O homem pode sentir tesão e levar para a cama uma desconhecida. A mulher, não. A mulher não tem direito de sentir desejo, prazer e tesão fora de um relacionamento.  Se sentir, é uma péssima pessoa, egoísta, fútil, traiçoeira, infiel  e aproveitadora.

Por isso, o “amor” acaba. Porque não era amor. Era atração. E o que te atraía nele, não te atrai mais. Porque ele não é quem você achou que fosse.

O amor. O verdadeiro amor, vem do respeito, da reciprocidade, do carinho, da cumplicidade, da parceria, da paixão, do tesão, do sexo…

E ninguém tem isso pra te oferecer da noite para o dia.

Ediel Ribeiro (RJ)

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Ediel Ribeiro é carioca. Jornalista, cartunista e escritor. Co-autor (junto com Sheila Ferreira) do romance "Sonhos são Azuis". É colunista dos jornais O Dia (RJ) e O Folha de Minas (MG). Autor da tira de humor ácido "Patty & Fatty" publicadas nos jornais "Expresso" (RJ) e "O Municipal" (RJ) e Editor dos jornais de humor "Cartoon" e "Hic!". O autor mora atualmente no Rio de Janeiro, entre um bar e outro.

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