A política de “Armas para todos, comida para poucos” do presidente Jair Bolsonaro, implementada desde sua posse, fez mais uma vítima.
Dessa vez, a vítima foi uma funcionária da companhia aérea Gol, ferida por estilhaços, felizmente sem gravidade, quando o ex- ministro da Educação (?) Milton Ribeiro, antes de embarcar para São Paulo, na noite desta segunda-feira (25), disparou acidentalmente a arma que transportava.
O acidente ocorreu quando Ribeiro estava no balcão de check-in da companhia aérea Latam mexendo no revólver dentro de sua pasta na tentativa de tirar a munição. Menos mal. Se o disparo ocorresse durante o voo, e o tiro atravessasse a fuselagem do avião, o acidente poderia causar a queda da aeronave e a morte dos passageiros.
O presidente interrompeu uma importante cavalgada no interior de São Paulo e ligou imediatamente para o ministro.
Eu já posso prever como foi a conversa entre os dois:
- Milton, quem está falando é o Bolsonaro.
- Fala, Mito!
- O que houve nessa ‘cuestão’ daí, dos tiros no aeroporto? Tá maluco, Milton? Você quer acabar com a minha campanha de “Armas para todos?”
- Não, presidente, sinto muito, foi um acidente.
- O que um homem, na sua idade, pastor evangélico, estava fazendo no aeroporto com uma arma? Você pretendia sequestrar o avião? Você agora virou terrorista, também? Isto é coisa de comunista, taokey.
- Quê isso, presidente!! Foi o senhor mesmo que disse que todo cidadão de bem tem que andar armado, não foi?
“Que parte ele não entendeu do ‘cidadão de bem’?” - pensou o presidente.
- E mais, presidente, depois que estourou o caso de corrupção dos Pastores, dos ônibus superfaturados e dos kits de robótica, eu tenho tido uns pesadelos estranhos. Outro dia, acordei com a sensação de que haviam pessoas no meu quarto, debaixo da cama. Eram procuradores, juizes do TSE, delegados da Polícia Federal, agentes da Receita, pastores… eu vi até o pessoal do Centrão.
- Foi só um pesadelo, Milton. Ninguém está atrás de você.
- Não, não! Eles queriam me denunciar, me prender, acabar com a minha reputação…
- Pare com essa mania de perseguição, Milton!. E deixe essa arma em casa. Você não sabe manusear nem uma caneta, quanto mais uma arma. Não foi à toa que eu te demiti, taokey.
- Olha quem fala!! O cara que foi assaltado e ainda lhe tomaram a moto e a arma - sussurrou entre os dentes o ministro.
- Isto daí é outra ‘cuestão’, taokey. Espero que esse tiro não respingue no meu governo. Já tô cheio de problemas para livrar a cara do Daniel da Silveira; abafar o caso da ‘rachadinha’; explicar o cheque do Queiroz, na conta da primeira-dama; o caso das vacinas superfaturadas…
- Mas o senhor não diz que no seu governo não tem corrupção…
- Enquanto não investigarem, não tem, taokey.
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