A DIVINA VIDA DE DANTE ALIGHIERI
A Itália celebra os 700 anos da morte de seu principal poeta.
Considerado o maior poeta da língua italiana, popularizado pela sua monumental “Divina Comédia”, a vida de Dante Alighieri (1265-1321) é revisitada por Alessandro Barbero em “Dante: a biografia” (Editora Companhia das Letras - 370 págs).
No ano em que se comemora os 700 anos da morte de Dante Alighieri, o maior dos poetas italianos, Barbero - um dos mais importantes historiadores italianos - em uma biografia notável, clara, simples e bem cuidada, lança luz sobre a arte e a vida do escritor de “Divina Comédia” - mostrando-o não só como gênio, mas como um homem acima do seu tempo.
Dante Alighieri não inventou apenas o idioma italiano, ou escreveu a “Divina Comédia”, em sua vasta obra constam obras importantes como: “Sobre a Língua Vulgar”; “Vida Nova”; “As Rimas”; “O Convívio”; “Monarquia” e outras obras, consideradas menores, como “As Epístolas"; “Éclogas” e “Quaestio de Aqua et Terra”.
“Dante”, a biografia definitiva de Dante Alighieri reconstitui a época e a vida do poeta florentino em uma Florença abalada por profundas transformações econômicas e rivalidades políticas.
O livro aborda ainda o amor de Dante por Beatrice Portinari, a mulher de sua vida - morta em 1290, aos 25 anos -; a relação de Alighieri com a família e questiona o título de nobreza do poeta. Aos 12 anos, Dante casou-se com Gemma Donati, em uma união arranjada entre as famílias. Sobre ela, nunca escreveu uma linha.
Obra de grande erudição e leitura prazerosa “Dante: a biografia” tem sido elogiada por tratar o mito como homem – não um ser “divino”, adjetivo acrescentado posteriormente à sua “Comédia” por outro mestre italiano, Giovanni Boccaccio.
“Sou um historiador, não um crítico literário”, afirma Barbero em uma live promovida por uma universidade americana. “Não posso explicar por que é tão importante ler Dante. Fui atraído pela ideia de contar a vida do indivíduo do século 13 sobre quem, provavelmente, há mais registros e arquivos.”
A obra de Barbero também é uma verdadeira aula sobre a organização política da Idade Média, onde religião e poder eram duas faces do mesmo florim. Assim como outras nações, a Itália era dividida em cidades-estado, com governos autônomos e uma luta constante entre imperadores europeus e papas.
A Florença de 1265, onde Dante nasceu, era uma república independente do Sacro Império Romano e também dos estados pontifícios, localizados ao sul. Nesse cenário, por diferenças políticas – ou por corrupção, como foi acusado formalmente –, o poeta foi exilado, primeiro em Pádua, na região do Vêneto, e, mais tarde, em Ravena, região da Romênia (hoje Emilia-Romagna), onde faleceu, em 1321.
*Livro gentilmente cedido pela editora.
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