Coluna

A POESIA INDIANA

Um livro aberto é um cérebro que fala; Fechado, um amigo que espera; Esquecido, uma alma que perdoa; Destruído, um coração que chora.  (Rabindranath Tagore)

Gosto de ler poesias. Tenho lido muita poesia, especialmente a poesia indiana.

Recentemente, descobri a poesia moderna de Rupi Kaur e, hoje, a poesia clássica de Rabindranath Tagore, o mais famoso dos poetas indianos.

Rabindranath Tagore
Rabindranath Tagore / Divulgação - 

Tagore nasceu em Calcutá, na Índia, em 1861, onde morreu em 7 de agosto de 1941, aos 80 anos. Foi artista plástico, filósofo, poeta, escritor e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1913.

O mais novo de uma família de quatorze irmãos, Tagore pertencia a uma família rica e intelectual. Aos 17 anos foi estudar na Inglaterra, mas voltou para a Índia antes de terminar os estudos.

O artista escreveu ficção, ensaios, contos, poesia e peças de teatro. Mas, sem dúvida, sua fama veio pela beleza especial de seus poemas aos quais ele também colocou música.

Em sua obra engajada política e socialmente, defendeu a independência indiana. Em 1915 foi nomeado Cavaleiro do Rei George V. 

De sua extensa obra destacam-se a peça “O Carteiro e o Rei” e os livros de poesias “O Jardineiro”; “Lua Nova”, “O Fugitivo” e “A Casa e o Mundo”.

Para quem quiser conhecer um pouco da obra de Tagore, separei 3 poemas:

PARECE-ME, MEU AMOR…
Parece-me, meu amor, que antes do dia da vida
você estava debaixo de uma cachoeira de sonhos felizes,
 enchendo seu sangue com sua turbulência líquida.
Ou talvez o seu caminho fosse pelo jardim dos deuses,
e a alegre multidão de jasmim, lírios e loendros
caiu em seus braços em montes e, entrando em seu coração,
houve uma comoção ali.
Sua risada é uma canção, cujas palavras estão se afogando
no grito de melodias; um êxtase do cheiro de algumas flores
não vestir; É como o luar rompendo
Da janela de seus lábios, quando a lua está se escondendo
em seu coração. Não quero mais razões; Eu esqueci o motivo.
Só sei que sua risada é o tumulto da vida em rebelião.
***
ME PERDOE MINHA IMPACIÊNCIA
Perdoe-me hoje minha impaciência, meu amor.
É a primeira chuva de verão, e o arvoredo do rio
Ela está exultante, e as árvores kadam, em flor,
Eles tentam os ventos que passam com taças de vinho aromático.
Olha, para todos os cantos do céu o relâmpago
seus olhares disparam e os ventos sobem por seus cabelos.
Perdoe-me hoje se me render a você, meu amor. O que de cada
dia ele está escondido na vagueza da chuva; todos os
os empregos pararam na aldeia; os prados são
abandonado. E a vinda da chuva encontrou em seu
olhos escuros, sua música, e julho, à sua porta, espere, com
jasmim para o seu cabelo em sua saia azul.
***
EU PEGO SUAS  MÃOS
Eu pego suas mãos e meu coração, procurando por você,
que você sempre me foge depois de palavras e silêncios,
afunda na escuridão de seus olhos.
No entanto, eu sei que devo estar contente com este amor,
com o que vem em rajadas e fugas, porque encontramos
por um momento na encruzilhada.
Eu sou tão poderoso que posso levá-lo através deste
enxame de mundos, por este labirinto de caminhos?
Eu tenho comida para sustentá-lo através da passagem escura e aberta.

Ediel Ribeiro (RJ)

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Ediel Ribeiro é carioca. Jornalista, cartunista e escritor. Co-autor (junto com Sheila Ferreira) do romance "Sonhos são Azuis". É colunista dos jornais O Dia (RJ) e O Folha de Minas (MG). Autor da tira de humor ácido "Patty & Fatty" publicadas nos jornais "Expresso" (RJ) e "O Municipal" (RJ) e Editor dos jornais de humor "Cartoon" e "Hic!". O autor mora atualmente no Rio de Janeiro, entre um bar e outro.

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