Opinião

Live mentirosa de Bolsonaro é derrubada de redes sociais

Messias Bolsonaro teve live retirada das rdes sociais por reproduzir notícia falsa associando vacinas contra o COVID-19 com a AIDS. Foto reprodução Youtube
Messias Bolsonaro teve live retirada das rdes sociais por reproduzir notícia falsa associando vacinas contra o COVID-19 com a AIDS. Foto reprodução Youtube

Por associar mentiras sobre vacinas contra o COVID-19 a AIDS, a direção do Faceboock e do Instagram derrubaram a live do presidente Jair Messias Bolsonaro, afirmando em nota que “nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de COVID matam ou podem causar danos graves às pessoas”. Bolsonaro, na live do dia 21/10, discorreu sobre notícia falsa alegando que relatórios oficiais do Reino Unido teriam sugerido que as pessoas imunizadas contra o vírus do COVD estariam desenvolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS - “muito mais rápido que o previsto”.

Messias Bolsonaro disse o seguinte na transmissão da live: “Só vou dar notícia, não vou comentar. Já falei sobre isso no passado, apenhei muito... Vamos lá. ‘relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados... que são os totalmente vacionados? Aqueles que depois da segunda dose né... 15 dias depois, 15 dias apões a segunda dose... totalmente vacinados... estão desenvolvendo Síndrome da Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido do que o previsto’. Portanto, leiam a matéria, não vou ler aqui porque posso ter problema com a minha live”.

Especialistas e o governo britânico disseram que o tal relatório de que imunizados contra o coronavírus que circulou nas redes sociais tem desenvolvido AIDS é #FAKE. A mensagem falsa foi postada no site conspiracionista beforeitnwes.com, conhecido por fazer circular textos dizendo que as vacinas rastreiam os vacinados e que milhões de pessoas morrem com as vacinas.

Letícia Sarturi, mestre em imunologia pela USP, doutora em biociências e fisiopatologia pela Universidade Estadual de Maringá, em entrevista ao G1 disse que “o artigo fala de uma possível redução de imunidade e degradação do sistema imune, que é por uma possível deficiência, mas ele não fala em nenhum momento como se chegou àqueles resulados. Em nenhum momento você não tem como foi medida a porcentagem da imunidade. Porque a gente não mede a porcentagem da imunidade. Na imunologia, a gente pode medir o título de anticorpos, ou seja, quantos anticorpos estão sendo produzidos. Você pode medir a resposta imunocelular pela quantidade de células TCD8 e TCD4 que são são direcionadas contra os vírus. Você consegue medir isso, fazer contagem de quantas células tem; você consegue titular o nível de anticorpos que o paciente tem. Então, você consegue dar uma porcentagem de imunidade porque imunidade é uma coisa muito subjetiva. Enão, você não tem como falar: ‘Essa pessoa tem tantos por centro de imunidade’. Você pode aferir alguns parâmetros do sistema imune., você pode aferir a imunidade celular pela quantidade de células que respondem”

E concluindo o argumento que aponta o primeiro indício da falsidade da mensagem, a doutora em biociências diz que “você pode aferir a imunidade humonal pelo nível de anticorpos que há ali no organismo, mas não tem como calcular o percentual de imunidade. Isso é bem absurdo. O texto não fala em nenhum momento como isso foi calculado, qual a metodologia que foi usada para chegar a uma porcentagem. Ainda mais essa perda semanal de imunidade. Isso é bem estranho”.

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