Rio - Taí uma boa idéia.
Lendo um texto do cartunista francês Stéphane Charbonnier, o Charb - assassinado em 2015 no atentado terrorista ao jornal satírico francês "Charlie Hebdo" - descobri que na Idade Média, os leprosos agitavam uma matraca para avisar que estavam passando. Isso permitia que as pessoas os evitassem pelo caminho.
Pensei comigo mesmo: “Olha só, que idéia legal! Se os eleitores do Bolsonaro usassem matracas, logo de cara poderíamos identificar o bolsominion e mudar de calçada.
Apesar de boa, a ideia não é viável. Felizmente, ao contrário da Idade Média, hoje nós temos a Lei do Silêncio, o que torna a ideia inviável.
Então, que tal pintar mãos fazendo “arminha” na altura do peito do bolsominion, como fez Hitler, pintando uma estrela nas vestimentas dos judeus?
Nesse caso, seria fácil identificar o bolsominion e teríamos tempo para fugir da conversa com esses chatos.
Mesmo sem identificação, é fácil identificar um bolsominion. Tente argumentar com um deles. Fale da economia do país, da inflação, do preço do arroz… se a resposta for: “E o PT?”. É um bolsominion.
Fale sobre a “rachadinha”. Se a resposta for: “E o PT?”. É um bolsominion.
Pergunte sobre o cheque de 98 mil da Michele. Se a resposta for: “Não tem mais dinheiro pra comunista e maconheiro!”. É um bolsominion.
Se o sujeito estiver na rua, sem máscara, cuspindo perdigotos em você, e defendendo o uso de armas pela população, é um bolsominion.
Se o sujeito estiver num boteco defendendo a cloroquina e remédios para piolho no combate ao Coronavírus, é um bolsominion.
Se o sujeito disser que “rachadinha” não é crime, que crime é roubar a Petrobrás, é um bolsominion.
Se o sujeito achar que os filhos do Lula são ladrões e os do Bolsonaro, investidores, é um bolsominion.
Se o sujeito achar que não é crime lavar dinheiro em imóveis e loja de chocolate, com certeza, é um bolsominion.
Se o sujeito achar normal ter um paraquedista no Ministério da Saúde; Um racista na Fundação Palmares; um banqueiro no Ministério da Economia; um colombiano no Ministério da Educação; um ruralista na Fundação Nacional do Índio; uma antifeminista no Ministério da Mulher; um fã do nazista Joseph Goebbels no Ministério da Cultura; é um bolsominion.
Outro dia, intrigado, me aproximei imprudentemente de um bolsominion. Perguntei como ele estava vendo a situação do país: sem um plano de combate a pandemia, sem vacina, sem seringas, sem oxigênio… Ele disse: “É tudo culpa de vocês da imprensa!”
Era um bolsominion.
Se o cara tiver um penteado à la Hitler, então, não pense duas vezes: fuja!
Não procure saber se é moda ou apenas mau gosto, pois é quase certo ter pela frente um bolsominion qualquer.
Você há de concordar, não tem nada pior que um bolsominion.
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