Rio de Janeiro - Enquanto eu escrevo - escrevo hoje, quarta-feira, a crônica de sexta-feira - os casos de Covid-19 aumentam no Flamengo.
O Vírus segue fazendo vítimas no Flamengo, em ritmo acelerado.
Ao todo, o Rubro-Negro já soma 16 casos confirmados de coronavírus, sendo doze jogadores — Isla, Matheuzinho, Filipe Luís, Diego, Bruno Henrique, Thuler, Renê, Everton Ribeiro, Gabriel Batista, Rodrigo Caio, Michael e Vitinho — e mais o técnico Domènec Torrent, o presidente Rodolfo Landim e dois integrantes do departamento de futebol, o médico Márcio Tannure e o ex-zagueiro Juan.
A diretoria do Flamengo diz que o time está com azar. Será?
Lembrei de uma história que o saudoso cronista esportivo, João Saldanha contava. Era mais ou menos assim:
Havia um inglês pão-duro, que tinha um cavalo muito bom, mas que comia muito. Então o inglês falou a um amigo: “Vou dar um jeito nisto. Fiz um plano e vou diminuir 50 gramas de ração por dia. O cavalo vai se acostumando a comer menos e, assim, em pouco tempo não gastarei mais nada.” Passado algum tempo, o amigo do inglês apareceu de novo e perguntou: “Como é que vai o cavalo? Deu certo, o novo método?” O inglês respondeu: “O método deu certo. Estava tudo perfeito. Mas, o diabo é que eu não tive sorte. Quando o cavalo se acostumou a não comer, morreu.”
É azar? Não. Nem no caso do inglês, nem no do Flamengo.
Como no caso do cavalo do inglês, a diretoria do Flamengo fez um planejamento errado. Foram escolhas mal feitas. A pior delas, foi aproximar-se das ideias do bolsonarismo.
A "bolsonarização'' do Flamengo fez com que idiotices ditas por Bolsonaro fossem encampadas como verdades pelos seus dirigentes.
O Flamengo foi o primeiro time a brigar pela volta dos campeonatos. Esteve na linha de frente da defesa da volta das atividades esportivas sem o mínimo de condições sanitárias. Menosprezou à pandemia - assim como Bolsonaro fez - tratando-a como uma “gripezinha”, apesar de já ter causado quase 140 mil mortes.
Agora, o Flamengo apoia a decisão do Ministro da Saúde do governo Bolsonaro, o general paraquedista Pazuelo, pela volta dos torcedores aos estádios, num total desrespeito a vida e a saúde dos torcedores.
Por coincidência ou não, o rubro -negro é o time que mais sofre com atletas doentes.
Ante o cenário, o clube enviou um ofício à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pedindo o adiamento da partida contra o Palmeiras, marcada para domingo, pelo Campeonato Brasileiro, no Allianz Parque.
O Palmeiras não quer saber de conversa. Quer jogar. O Flamengo que se vire. Que bote o sub-20 pra jogar.
Mesmo sendo torcedor do Flamengo, concordo com o Palmeiras. A cúpula rubro-negra que dê o seu jeito.
Vá reclamar com o Bolsonaro.
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