Rio de Janeiro - Como num filme de ficção, a humanidade ainda tenta se livrar de um vírus mortal que está matando boa parte da população do planeta Terra.
Enquanto isso, o Brasil doente, sem rumo, sem comando, sem plano, sem salvação e sem esperança, caminha a passos largos para o caos.
O Brasil - ou o que sobrar dele, depois da epidemia - precisa pensar urgente na vida “pós Bolsonaro”.
Afinal, 2022 está logo alí. Depois da curva da pandemia.
Se conseguir chegar a 2022, sobrevivendo à ira da população, ao Centrão, a rachadinha, ao Queiroz, ao Doria e ao impeachment, Bolsonaro terá sérios problemas para se reeleger.
O governo já não governa, o presidente já não preside... Mas, o país não está apenas sem governo e sem presidente da República.
Está também sem ministro da Saúde, sem ministro da Educação e sem Secretário de Cultura.
Os outros estão lá.
Eles existem, seguem lá dando expediente, dando entrevistas, mas, na prática, ninguém mais está dando bola, atenção ou crédito para o que eles falam, escrevem ou prometem.
A saúde está entregue a um paraquedista; a Economia a um banqueiro; a Agricultura a um ruralista; a Ciência e Tecnologia a um astronauta; o Meio-Ambiente a um anti-ambientalista; a Fundação Palmares a um racista; a Educação a um ignorante; a Secretaria da Mulher a uma antifeminista; a Casa Civil a um militar; as Relações Exteriores a um terraplanista; o Ministério das Comunicações a um dono de rádio e a Secretaria da Cultura a um ator de “Malhação”.
Bolsonaro conseguiu desenterrar e colar no seu governo as figuras mais patéticas e incompetentes do país. Quer apostar que ele vai conseguir alguém ainda pior que o Abraham Weintraub para o Ministério da Educação?
Credibilidade, inflação, recessão, desemprego e o Coronavírus tornaram-se preocupações menores para o presidente, proteger Queiroz, o Zero Um, Zero Dois e Zero Três, e salvar a própria pele, tem sido a prioridade.
A rejeição ao governo Bolsonaro tem aumentado a cada dia. Isso tem abalado a auto estima do presidente.
- Acho que o povo não acredita mais no meu governo - lamentou Bolsonaro.
- Claro que acredita, presidente. Essa gente acredita em qualquer coisa - disse o secretário. - Acreditam até que o senhor não sabia onde estava o Queiroz, completou. - Por falar em Queiroz, a polícia do Rio de Janeiro acabou de prendê-lo.
- Sério?
- O senhor não soube? Deu no Jornal Nacional.
O presidente ficou possesso:
- Eu não assisto essa TV comunista, talkey! Eu bem que disse que tinha que controlar a polícia do Rio de Janeiro. Tanto bandido na cidade e eles foram mexer logo com um homem trabalhador, cidadão de bem, um vendedor de carros usados. Pa-ti-fa-ria!
- Presidente, é o Queiroz!!! O da “rachadinha” - disse, constrangido o secretário.
- E daí? Mas eu também não tenho nada a ver com essa “cuestão” daí. Zero. Nem sei onde ele estava.
- A polícia encontrou ele dormindo na casa do seu advogado, presidente.
- E daí? Essa gente é assim. Vê uma porta aberta, vai entrando.
- O seu advogado disse que não sabia onde ele estava.
- E daí?
- A polícia está investigando o Wassef e já descobriu que a empresa da ex-mulher dele recebeu do seu governo R$ 41 milhões.
- Olha, no tocante isso daí, eu não sei de nada. Eu estou preocupado é com a posse do Mário Frias.
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