Rio - Em uma charge do cartunista Liberati, o entrevistador diz para o Dom Quixote: “seu currículo é ótimo, senhor Quixote, mas não estamos mais derrubando moinhos".
Claudius deu um tempo no desenho porque não tinha mais moinhos para derrubar. Foi trabalhar com a educação de crianças em vários países do mundo. Metas mais realistas que a utopia do humor.
No humor, no entanto, fez de tudo. É um dos grandes. Paulo Caruso disse que Claudius é o George Harrison da charge brasileira.
Junto com Paul McCartney (Tarso de Castro) John Lennon (Jaguar) e Ringo Starr (Sérgio Cabral), fundou “O Pasquim”.
Carlos Prósperi era o quinto Beatle.
Nascido em Garibaldi (RS), em 21 de dezembro de 1937, Claudius Sylvius Petrus Ceccon desenha desde a infância. É arquiteto, designer, escritor, caricaturista e jornalista.
Iniciou sua carreira jornalística como paginador da revista “O Cruzeiro”.
Em 1956, aos 19 anos, seus desenhos começaram a ser publicados no “Jornal do Brasil”. Trabalhou, também, na “Pif-Paf” e na revista “Manchete” na qual foi titular da página de humor durante 15 anos.
Suas charges já foram publicadas no que ele chama de Circuito Elizabeth Arden da Imprensa Brasileira: “Jornal do Brasil”, “O Estado de S. Paulo”, “Folha de S.Paulo” e “O Globo”.
Fora do “circuito”, publicou nos jornais “A Noite”, “Diário Carioca”, “Correio da Manhã” e nas revista, “Caros Amigos”, “Le Monde Diplomatique” (versão brasileira), “Revista da Semana” e “Bundas”.
Na revista “Pif-Paf”, do Millôr Fernandes, conheceu Jaguar.
Com Jaguar, Sérgio Cabral, Tarso de Castro, Henfil, Olga Savary, Marta Alencar, Millôr Fernandes, Fortuna, Ziraldo, Nani, Luiz Carlos Maciel, Mariano, Nássara, Guidacci, Duayer, Luscar, Reinaldo, Cláudio Paiva, Hubert, Chico, Paulo Caruso e outros, integrou a patota de “O Pasquim”, desde a fundação em 1969.
Em 1971, após a invasão da sede do “Pasquim” pela polícia do Exército, e da prisão de toda a redação, exila-se em Genebra e conhece o educador Paulo Freire, fundando com ele o Instituto de Ação Participativa (Idac), onde realiza um trabalho de alfabetização.
Um dos grandes nomes da história do cartunismo brasileiro, Claudius teve sua trajetória contada recentemente na mostra, Claudius: Quixote do Humor onde reuniu imagens e frases que marcaram seus mais de 50 anos no jornalismo.
Recebeu os prêmios, 57º Prêmio Jabuti, 1º lugar em Ilustração, em 2015; Troféu Seth Grande Mestre da Arte da Caricatura, 1ª Bienal Internacional de Caricatura, em 2013; XVII Salão Carioca de Humor, Casa de Cultura de Laura Alvim, em 2006; Exposição Ave. 1999; XXI Prêmio Vladimir Herzog, Revista Caros Amigos, em 1980; e o Prêmio Revelação de Autor da Associação de Críticos de Arte de São Paulo.
Atualmente, colabora regularmente para a revista Caros Amigos, para a edição brasileira do Le Monde Diplomatique e para o suplemento “Ilustríssima”, da Folha de S.Paulo.
Correndo atrás de novos moinhos de vento.
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