Rio - Jorge Nunes era um jornalista e radialista dos bons.
Vascaíno doente, trabalhava na Light e largou tudo para viver o sonho de ser radialista.
Tava no sangue.
Começou numa rádio menor, até ser levado pelo Washington Rodrigues para a Super Rádio Tupy.
Fez muito sucesso integrando a equipe do Apolinho. Era o "comentarista do Povo". Reconhecido por seu estilo sempre bem humorado. Contava piadas e criou bordões como: "Ah, moleque", "Vaca fria", "O que diria minha vó", "Esse jogador é pereba", "E a mãe, vai bem" e "Tudo viado!"
Participou dos programas "Giro Esportivo", "Show da Manhã", "Rolando a Bola" e "Bola em Jogo", todos na Rádio Tupi.
Da rua do Livramento, Jorginho foi para o programa "Balanço Esportivo", na CNT e para o jornal O Povo.
Foi lá que conheci Jorge Nunes.
Eu era locutor e produtor da "Rádio 96 FM" e editor da revista "Rádio Magazine", uma revista segmentada, dirigida ao pessoal do rádio.
Um dia, levei para a editora de cultura do jornal O Povo, a ideia de uma coluna que comentaria o mundo e os bastidores do rádio.
Tivemos várias reuniões. A ideia foi aceita. Bolamos o nome, fizemos a diagramação e montamos a coluna.
Tudo pronto.
A coluna estrearia num sábado, acho.
Na sexta-feira, antes da estréia, a editora me chamou e anunciou que a coluna seria feita pelo Jorge Nunes.
A minha coluna.
"O jorginho trabalha na Rádio Tupi" - justificou.
Fiquei muito puto.
Mas nunca brigamos. Jorginho era do bem.
Coisas do jornalismo.
*Ediel Ribeiro é jornalista e escritor
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