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A VIDA DO LIVREIRO A. J. FIKRY

Um filme engraçado, delicado e comovente, que lembra a todos por que adoramos ler e por que nos apaixonamos. Uma carta de amor para o mundo dos livros.

Rio de Janeiro - Eu gosto de filmes sobre livros, livreiros e escritores. 

Por isso, na noite fria do último Dia dos Namorados, escolhi “A Vida do Livreiro A.J. Fikry” para assistir.

O filme é baseado no livro homônimo, escrito por Gabrielle Zevin, lançado em 2014, pela Editora Paralela/ Companhia das Letras.   

O cenário é a única  livraria da pequena e bucólica Alice Island. Nesse palco, se desenrola uma  história apaixonante sobre paixões, livros e livreiros, que conta  sobre como, de repente, sua vida pode mudar. 

O enredo não demora a te pegar. Logo de início  já estava amando todos os personagens e torcendo muito por eles, afinal,  “Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo”, como está escrito no letreiro da livraria.

Divulgação - 

A. J. Fikry - o homem que é dono da Island Books, a única livraria da pequena Alice Island - tem um humor cáustico e está bastante solitário desde a morte da sua esposa – o grande amor de sua vida. Fikry perde também o encanto pelo trabalho e por tudo que um dia amou, com isso, não faz muita questão de ser simpático com ninguém. 

O filme começa com a chegada de Amélia Loman, a representante de vendas da Editora Knightley Press à livraria. Fikry acaba sendo bastante rude com ela, já que, mesmo sendo dono de uma livraria, ele é bastante rigoroso com o seu gosto literário. 

O livreiro guardava em seu apartamento, em cima da livraria, o livro  “Tamerlane e Outros Poemas”, de Edgar Allan Poe, um livro antigo e extremamente raro que pensava ser a sua aposentadoria. Uma noite, após ficar bêbado e adormecer debruçado sobre a mesa da cozinha, ele acorda e descobre que o exemplar sumiu. Isso causa uma mudança de perspectiva em sua vida.

Após o sumiço do livro, mais uma vez o destino decide interferir e mudar o rumo de sua vida. Fikry é novamente pego de surpresa com o aparecimento de uma menina chamada Maya, abandonada em sua livraria com um bilhete dizendo que ela é apaixonada por livros e que sabia que ele iria cuidar bem dela. 

Fikry reluta entre adotar a menina ou entregá-la para adoção. A adoção, o amor pela menina e a paixão inesperada por Amélia lhe devolve a paz e a vontade de seguir em frente. Esses fatos vão mudar a vida do livreiro que já tinha desistido de encontrar a felicidade e viver a vida plenamente. 

Amélia, a representante da  Knightley Press com quem ele foi cruel demais na primeira visita dela na Island Books mostra ao livreiro que o amor certo chega na hora certa. Que, às vezes, você acha que é tarde demais para conhecer o grande amor da sua vida, mas o amor não tem hora nem lugar para te encontrar. E quando você menos espera ele bate à sua porta. 

Ao longo do filme, vamos acompanhar a história de A. J. Fikry, um homem que passou de viúvo a pai adotivo por acaso, e que trás uma lição de que se não desistirmos podemos, sim, ser felizes e aproveitar tudo de bom que a vida tem a oferecer. Não importa a idade. A vida de Fikry aos poucos vai se abrindo para o mundo e para a felicidade que ele achava impossível.

O filme  mostra como o amor é capaz de transformar e curar corações; e de como a vida une aqueles que compartilham de uma mesma paixão. O que nesse caso é ainda mais belo, pois estamos falando de uma união gerada pelo amor aos livros.

No início do filme, uma frase de Amélia Loman, resume o sentimento que nos invade sempre que lemos um livro ou entramos num lugar como a  Island Books: “Adoro o cheiro de livros. Deveriam fazer um perfume ."

Ediel Ribeiro (RJ)

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Ediel Ribeiro é carioca. Jornalista, cartunista e escritor. Co-autor (junto com Sheila Ferreira) do romance "Sonhos são Azuis". É colunista dos jornais O Dia (RJ) e O Folha de Minas (MG). Autor da tira de humor ácido "Patty & Fatty" publicadas nos jornais "Expresso" (RJ) e "O Municipal" (RJ) e Editor dos jornais de humor "Cartoon" e "Hic!". O autor mora atualmente no Rio de Janeiro, entre um bar e outro.

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