Rio - Pobre tem duas manias de rico: comer todo dia e fazer aniversário todo ano.
E agora, segundo o Ministro da Economia, Paulo Guedes, adquiriu mais uma: viver até os 100 anos.
Uma das grandes dúvidas em Brasília é se os pobres devem ou não viver mais de 100 anos. Todo mundo opinou sobre o problema, menos eles.
- Onde já se viu? Agora todo mundo quer viver 100 anos. Até os pobres! - desabafou o ministro. - A longevidade é insustentável para os cofres públicos. Se todo pobre viver até os 100 anos isso vai quebrar o sistema de aposentadoria. O ‘direito a vida’ tirou a capacidade de atendimento do setor público.
O desabafo do ministro pegou o presidente Bolsonaro de surpresa:
- Ô, Guedes, o que eu posso fazer sobre essa ‘cuestão’ daí? O povo não quer morrer, porra! Os ministros da Saúde que eu nomeei são todos uns incompetentes nessa ‘cuestão’ daí. O único que tava indo bem foi o Pazuello, que pegou o ministério com 30 mil mortes por dia e elevou o número para 300 mil. Mas eu tive que demiti-lo por pressão da imprensa esquerdista.
O ministro revelou-se um infectologista de quinta categoria:
- Pobre é resiliente. Nem o valor do salário mínimo, nem o preço da carne, nem o vírus que ‘os chineses criaram’ deu jeito neles.
- O que vamos fazer se a única solução é que as pessoas morram para ter as contas em dia? - questionou o presidente.
- Vamos criar uma ‘aposentadoria inversa’. - sugeriu o ministro.
- Porra, Guedes, dá pra você falar português, eu já te falei que eu não entendo ‘economês’.
- ‘Aposentadoria inversa’ é o seguinte, presidente - explicou o ministro. - Nós pagamos a aposentadoria ao aposentado até ele completar 100 anos, aquele que passar daí, começa a pagar ao governo, novamente. Tipo uma segunda aposentadoria, que é para cobrir os gastos com ele.
- Mas você acha que os deputados e senadores vão aprovar isso daí? - indagou Bolsonaro.
- A gente tira os congressistas. A lei só vai valer para o cidadão comum. Para os políticos continua tudo como está hoje: aposentadoria integral aos 30 anos e vitalícia.
- Assim pode ser que passe - alegrou-se o presidente. - Pensando bem, isto seria uma grande solução, se não fosse o fato de que poucos pobres chegam aos 100 anos. Então poucos contribuíram com isso daí.
- Está certo - concordou o ministro. Então vamos criar impostos para o Alzheimer. Quase todo pobre tem. E ainda tem a vantagem de que eles não vão nem lembrar que pagaram.
- Boa idéia. Mas, se ainda assim faltar dinheiro? - quis saber o presidente.
- Taxamos a catarata, o Mal de Parkinson, a osteoporose, as hemorróidas… o que não falta é doença de velho pra ser taxada.
- Isso daí é uma grande idéia, taokey? Você é um gênio, Guedes! Um homem do seu gabarito deveria ser Presidente da República!
- E depois, não se preocupe, não, presidente. Quando passa dos 100 até pedestre morre.
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