Coluna

STEPHEN KING

Só descobri que Stephen King era um grande escritor no carnaval de 2001, em Búzios, quando li “Louca Obsessão”, depois de todo mundo.

A essa altura, King já tinha vendido mais de 350 milhões de livros em mais de 40 países.

A história de Annie, a enfermeira psicótica me impressionou. Li, depois disso, “Carrie a Estranha”, de 1974; “O Iluminado”, de 1977; “À Espera de um Milagre”, de 1996; “Insônia”, de 1994 e “Jogo Perigoso” de 1992.

Este ano, fugindo da folia, passei o carnaval em Angra dos Reis e levei comigo outro livro do mestre do terror: “Sobre a Escrita”, considerado um dos melhores livros sobre a escrita e seus segredos.

Uma obra extraordinária de um dos autores mais bem sucedidos de todos os tempos. Uma verdadeira aula sobre a arte de escrever. Os conselhos que Stephen  dá aos escritores - iniciantes ou não - são realistas, práticos e úteis.

Foto: Gabriel Brito

Veja alguns deles: “Se você quer ser escritor, existem duas coisas a fazer, acima de todas as outras: ler muito e escrever muito. Que eu saiba não há como fugir dessas duas coisas, não há atalho”.

“Quer escrever bem? Sente e escreva. Se, no entanto, você não quiser sentar o rabo e trabalhar, não há razão em tentar escrever bem”.

“Cada livro que se pega para ler tem uma ou várias lições, e geralmente os livros ruins têm mais a ensinar do que os bons”.

“Nada é mais encorajador para o escritor novato do que perceber que seu trabalho é inquestionavelmente melhor do que o de alguém que ganha para escrever”.

“Nem sonhe em humilhar alguém com a força de sua escrita até que você tenha sofrido isso na pele”.

“Se você não tem tempo de ler, não tem tempo (nem ferramentas) para escrever. Simples assim”. 

“Se você pretende ser um escritor bem-sucedido, a rudeza deve ser a penúltima de suas preocupações. A última deve ser a sociedade e o que ela pensa de você. Se você pretende escrever com a maior sinceridade possível, seus dias como membro da sociedade estão contados”.

“Dedique de quatro a seis horas por dia, todos os dias, à leitura e a escrita. Não vai parecer exaustivo se você gostar de fazer e tiver aptidão para as duas coisas”.

“Estabeleça uma meta de trabalho. É melhor estabelecer uma meta baixa, de início, para não ficar desencorajado. Sugiro mil palavras por dia”. 

“Trabalhe num lugar calmo e com a porta fechada. Até mesmo para um escritor mais produtivo, é difícil trabalhar em um ambiente onde sustos e intromissões são a regra, não a exceção”.

“O enredo é, penso eu, o último recurso do bom escritor e a primeira escolha do idiota. A história advinda do enredo está propensa a ser artificial e dura”.

“Se quiser ser um escritor de sucesso, você precisa ser capaz de descrever a cena de uma maneira que faça o leitor sentir um comichão de reconhecimento. A descrição pobre deixa o leitor confuso e míope”.

“Uma das principais regras da boa ficção é nunca dizer algo que você pode, em vez disso, nos mostrar”.

“Escrever bons diálogos não é só um ofício, mas uma arte”.

“A boa ficção sempre começa com a história e progride até chegar ao tema, ela quase nunca começa com o tema e progride até chegar à história”.

“Escrever ficção, especialmente livros longos, pode ser um trabalho difícil e solitário; é algo como cruzar o oceano Atlântico em uma banheira”.

Estes são alguns dos conselhos do autor. No livro tem muito mais. Se você quer ser um escritor, não deixe de ler este livro.

Nele, King nos dá uma aula singular sobre a arte de escrever. 

Ediel Ribeiro (RJ)

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Coluna do Ediel

Ediel Ribeiro é carioca. Jornalista, cartunista e escritor. Co-autor (junto com Sheila Ferreira) do romance "Sonhos são Azuis". É colunista dos jornais O Dia (RJ) e O Folha de Minas (MG). Autor da tira de humor ácido "Patty & Fatty" publicadas nos jornais "Expresso" (RJ) e "O Municipal" (RJ) e Editor dos jornais de humor "Cartoon" e "Hic!". O autor mora atualmente no Rio de Janeiro, entre um bar e outro.

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