Opinião

A corrida eleitoral

Abdias Pinheiro / TSE - 

Que este ano é eleitoral a maioria, ou talvez todos que são eleitores sabem. Alguns já escolheram em quem irá votar no mês de outubro. Esse é o mês do primeiro turno e, definitivo para quem irá concorrer aos cargos do poder Legislativo, ou seja, candidatos ao pleito de deputado estadual, federal e senador, que são duas vagas nessa eleição. Com relação aos candidatos ao cargo do poder Executivo, sendo estes, governador e presidente da república, pode haver segundo turno. 

As pesquisas de opinião estão sendo realizadas com o intuito de que cada candidato possa tomar a melhor decisão nesse momento do processo eleitoral. A federalização, processo novo nessa eleição, também está em debate e, suas consequências para os partidos. Nesse texto vamos analisar os números de duas pesquisas realizadas, a primeira para presidente da república e a segunda para governador do estado de Minas Gerais.

Nessa segunda, 21 de março, foi apresentada a pesquisa realizada pela FSB Pesquisa sendo o cliente o banco BTG Pactual. Na pesquisa apresentada, Luís Inácio Lula da Silva aparece com 43% dos votos e Jair Messias Bolsonaro com 29%. Ambos são seguidos por possíveis candidatos da chamada terceira via, que está quase morta, Ciro Gomes 9%; Sérgio Moro 8%; João Dória, André Janones e Eduardo Leite cada um com 2%; Simone Tibet 1% e Felipe D’Ávila 0%. 

O quadro acima é apresentado na pesquisa estimulada, ou seja, quando apresenta os nomes dos concorrentes. Esses números revelam que Bolsonaro mantém seu eleitorado fiel, aqueles denominados de núcleo duro que não deixam de votar de forma alguma em sua pessoa. Também demonstra a dificuldade que este possui para sair desse eleitorado fixo e aumentar suas chances de vitória nessa eleição. Para aumentar essa possibilidade de vitória, seu discurso e postura diante de situações que afetam a vida do eleitor devem mudar. 

Já Lula, que lidera a pesquisa, está em uma situação na qual necessita apenas continuar apresentando seu plano de governo. Para a terceira via ela não é nada agradável. Revela como será difícil essa vingar nas eleições.  

Já no voto espontâneo, aquele no qual o próprio eleitor diz em quem irá votar, Lula fica com 38% e Bolsonaro 27% permanecendo com o mesmo eleitorado. 

Essa pesquisa não traz boa notícia para o atual presidente, pois sua rejeição (essa revela aqueles que não votam em determinado candidatado de forma alguma) é de 59%, maior do que de seu principal adversário, Lula, que é de 41%. Para 53% dos entrevistados, o governo de Jair Bolsonaro está entre ruim ou péssimo e 61% desaprovam sua forma de governar.

A pesquisa revela o momento na qual ela foi realizada. Essa coletou os dados entre as 17h do dia 18 e as 15h do dia 20 de março de 2022. Foram entrevistados 2.000 eleitores. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. 

Já a pesquisa realizada pelo instituto Genial/Quaest sobre o governo de Minas Gerais não é benéfica para o atual governo. Mesmo estando com a máquina administrativa do estado em seu poder, Romeu Zema possuía 34% da intenção dos votos e Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte, seu principal adversário político, com 21%. Indica segundo turno entre ambos. Em Minas Gerais a terceira via também demonstra ser inviável. 

Na pesquisa para o governo de Minas, quando é espontânea, revela que 52% não escolheram seu candidato e 33% estão indecisos. Isso quer dizer que durante a campanha eleitoral os dados podem mudar. Os efeitos da greve de funcionários públicos do estado não foram ainda detectados na imagem de Romeu Zema nessa pesquisa. Ela também não mostra como o eleitor se comporta quando os candidatos à presidência, Lula e Bolsonaro, apoiarem seus apadrinhados.

A pesquisa foi realizada entre 11 e 16 de março com 1480 moradores de Minas Gerais e tem uma margem de erro de 2,5% e intervalo de confiança de 95%.

 

FBS Pesquisas - BTG Pactual registrada no TSE sob o protocolo BR-09630/2022
Instituto Genial/Quaest registrada no TSE sob o protocolo MG-00132/2022

 

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