Opinião

Câmara de Itabira promoveu sessão histórica de baixaria

vereador Reginaldo Santos
Reginaldo reafirmou acusações feitas a Noronha e disse que ele é um bandido querendo dar lição de moral.

Nunca antes na história de Itabira do Mato Dentro, cidade berço de nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade, a Câmara de Vereadores havia protagonizado sessão de vultosa baixaria. Na reunião de 7/7, terça-feira, o presidente do parlamento, Heraldo Noronha, por pouco, muito pouco, não se atracou em troca de socos com o vereador Reginaldo Mercês Santos. Nas duas sessões anteriores os dois já vinham se acusando de várias irregularidades, desde que Reginaldo fora punido pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar por ter apalpado a bunda de uma servidora.

Exaltado por ter sido denunciado por prática de “rachadinha” - crime em que o parlamentar usurpa parte do salário dos funcionários do próprio gabinete -, Heraldo, na tribuna da Casa do Povo, disse que Reginaldo “acha que por ser grandalhão e autoridade pode tudo; não pode. Foi um ato desrespeitoso que ele queria que ficasse escondido (o episódio no qual ele apalpou a mão na bunda da servidora). Ele deveria ser expulso desta Casa por desrespeitar, com a sua atitude, todas as mulheres itabiranas”.

Heraldo Noronha, presidente da Câmara de Vereadores, disse que Reginaldo deveria ter sido cassado por assédio
Heraldo Noronha, presidente da Câmara de Vereadores, disse que Reginaldo deveria ter sido cassado por assédio.

- Ele – continuou o presidente da Câmara de Vereadores – falou mentiras sobre a minha pessoa, depois que aconteceu um fato desrespeitoso que nem um moleque de 12 anos faz. Ele sentou a mão na bunda de uma funcionária. E esse condenável ato foi gravado em vídeo. E não adianta falar que a pessoa não deveria ter vazado o vídeo ou que os vereadores são culpados de ter exposto o caso na imprensa. Pois ninguém pegou na sua mão e sentou na bunda da moça, concluiu Heraldo Noronha.

Por sua vez, Reginaldo, que tornou público o inquérito que corre na Delegacia de Polícia Civil de Itabira, no qual o presidente da Câmara de Vereadores é investigado, acusado de praticar “rachadinha”, disse que Noronha “é um bandido querendo me dar lição de moral”  E apelou para que “só gostaria que o senhor tivesse vergonha nessa cara e apresentasse não só a cópia do vídeo que foi vazado, mas, também, os de 15 dias antes e 15 dias depois, pois já pedi por três vezes a cópia desses vídeos e o senhor negou. Se os vídeos forem mostrados de forma completa eu serei inocentado”.

Reginaldo confirmou que prestará depoimento à polícia e que apresentará mais provas das denúncias feitas contra Heraldo. E antes que o bate-boca entre os dois continuasse, os demais parlamentares abandonaram a Câmara de Vereadores. E, sem quórum, a sessão terminou.

Embora as sessões sempre se realizam sem a presença maciça dos itabiranos no plenário, talvez por descrédito quando à capacidade dos seus representantes, a repercussão da baixaria foi imediata. E a expectativa sobre o que pode acontecer na próxima sessão está aumentando na população. Não dá para prever o que irá acontecer.

 

*Lenin Novaes é jornalista e produtor cultural.

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