O momento é dos mais preocupantes na política do Brasil. Além da pandemia que foi trazida por viajantes internacionais, sem nenhum controle para evitar o mal maior, temos um crise provocada pela administração pública sob a direção de um Presidente eleito com mais de 57 milhões de votos que pregava na campanha a adoção de medidas como a redução do número de Ministérios, o confronto com o denominado Centrão, grupo político que atua no Congresso Nacional e que reúne deputados conservadores ou liberais e também a implementação de medidas radicais, por parte da área da Economia e da agricultura, por exemplo. E uma questão básica foi deixada de lado, ou seja, até agora não se conhece um Plano de Governo levando em consideração questões essenciais como a saúde, a educação pública, a segurança, o transporte, o sistema habitacional, como destaques. E nos últimos meses são acumulados mais problemas com o descompasso entre as atuações de vários organismos federais, com ocupantes de cargos que mostram fragilidade e até desconhecimento dos temas que devem implementar.
E uma situação chama a atenção ou seja, os Poderes da República estão em confronto constante com segmentos sociais, mostrando a falta de entendimento nas mais variadas questões. E fica definida ainda o confronto com manifestações públicas onde adeptos bolsonaristas chegam ao desplante de propor a intervenção no Judiciário, no Congresso Nacional e a imposição de medidas drásticas como atos institucionais que foram impostos pela ditadura militar. E tem de ser destacada também a posição de alguns militantes que foram eleitos para os legislativos, tanto estaduais como para o Congresso Nacional e que já divulgaram o rompimento com o Governo Bolsonaro.
É uma situação que causa muita preocupação e mais, é avaliada a nível internacional, colocando que o Brasil está com riscos de desgoverno e de implantação de autoritarismo militar.
E outro ponto deve ser destacado, a imposição de medidas com nítida intenção política como no caso da recente medida provisória a respeito da indicação de reitores das Universidades Federais. É também por demais preocupante a forma de agir de uma militância reacionária que está ultrapassando os limites na forma de agir.
A agressividade chega ao desplante de um militante ofender quem prestava homenagem aos seus entes queridos falecidos na pandemia, derrubando cruzes colocadas numa praia no Rio de Janeiro. E fez de forma a aparecer nos meios de comunicação. Como se pode constatar, pode ser colocada como hipócrita a posição de quem foi eleito com um discurso dito como popular e que durante 28 anos ocupou o cargo de deputado federal, sem destaque em nenhum projeto de sua autoria. Não teve sequer a preocupação de investir em questões básicas em relação a sua base eleitoral, o Rio de Janeiro, onde são graves os problemas na saúde, educação e segurança pública.
Mais do que nunca se faz necessária a mobilização de segmentos sociais comprometidos com a democracia. E que promova no país com dimensão continental as medidas adequadas na exploração de nossas riquezas minerais e da agricultura e sobretudo, investindo em pesquisas, evitando que continuemos exportando matérias primas e importando produtos acabados. Como se pode concluir, são grandes desafios para nos levar a ocupar espaço de destaque a nível internacional.
*Uriel Villas Boas
Diretor de Previdência da Fitmetal/CTB
Coordenação do Fórum da Cidadania-Santos-S.Paulo
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