Coluna

Todo trabalho é digno

A semana em que este artigo está sendo publicado é rica em datas comemorativas que homenageiam profissões – 27 de maio, profissional liberal; 28 de maio, ceramista; 29 de maio – estatístico e geógrafo; 30 de maio – geólogo e decorador; 31 de maio – comissário de bordo e aeromoça.

Todas as profissões são importantes. Não há profissionais que tenham direito à primazia. Todas as tarefas que acabamos de mencionar contribuem para a construção do mundo.

A edificação de uma sociedade feliz é uma obra coletiva. Cada pessoa deve dar uma parcela de esforço para realizar esse projeto.

Não há grandes atores e atores menores. Todos contribuem para tornar o mundo melhor.

O Papa Francisco lembra que o trabalho é muito mais do que uma simples atividade para obter uma renda e depois consumir.

"O trabalho é, acima de tudo, um âmbito em que a pessoa pode se tornar mais pessoa. A pessoa experimenta a sua criatividade, experimenta os laços que a unem aos outros".

Como poderíamos ter residências acolhedoras, que proporcionam descanso e paz, se não houvesse o trabalho dos decoradores.

Lukas Bieri por Pixabay

O que seria o mundo se, em situações específias, não compareceesse o prorifissional liberal oferecendo seu trabalho (médicos, dentistas, advogados).

Na semana passada realizei, em companhia de esposa e filho, uma viagem aérea.

Quão insípido seria o trajeto pelo ar sem a presença da aeromoça.

Com a delicadeza que é peculiar a seu ofício, aliviam a tensão, sempre presente quando estamos dentro da máquina que Santos Dumont inventou. Não voamos mais no 14 Bis. Entretanto, mesmo nos modernos aviões, se um deles resolver despencar, não há doutor que dê jeito.

Em muitas situações, ocorridas no Brasil, o tirocínio de aeromoças evitou tragédias. Há depoimento de pilotos que comrprovam este fato.

Normalmente, o trabalho das aeromoças é anônimo.

Esse anonimato só engrandece seu papel humano e social.

Um viva para as aeromoças deste imenso Brasil. 

 

João Baptista Herkenhoff (ES)

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Direito e Cidadania

JOÃO BATISTA HERKENHOFF, é Juiz de Direito aposentado. Foi um dos fundadores e primeiro presidente da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória e também um dos fundadores do Comitê Brasileiro da Anistia (CBA/ES). Por seu compromisso com as lutas libertárias, respondeu a processo perante o Tribunal de Justiça (ES), tendo sido o processo arquivado graças ao voto de um desembargador hoje falecido, porém jamais esquecido. Autor de Direitos Humanos: uma ideia, muitas vozes (Editora Santuário, Aparecida, SP).

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