Polícia

Declarado morto em hospital, bebê é salvo por motorista a caminho da autópsia

Fachada do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro Foto: Reprodução/Google Street View
Fachada do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro Foto: Reprodução/Google Street View

 

A Polícia Civil de São Paulo investiga o caso de um bebê que, declarado morto no hospital, teve a vida constatada prestes a passar por autópsia. Um funcionário de uma funerária percebeu, já no Instituto Médico Legal (IML) de Osasco, que a recém-nascida respirava e estava corada, uma coloração de pele estranha para cadáveres. Ele chamou um médico da unidade às pressas para verificar os sinais vitais da pequena.

Na segunda-feira, Ana Caroline da Silva, de 18 anos, deu à luz com 25 semanas, o equivalente a seis meses de gestação. A recém-nascida veio ao mundo com 700 gramas e foi registrada no Hospital Alpha Med, em Carapicuíba, como natimorto — classificação de bebês que já saem sem vida do útero da mãe. A família foi informada sobre a morte da criança, documentada em certidão de óbito.

O médico do IML aconselhou a volta imediata do bebê ao hospital. A menina, mais tarde, foi transferida para o Hospital e Maternidade Sino Brasileiro. Em nota, a unidade informou que o estado de saúde da pequena é grave. Ela permanece internada na UTI Neonatal em função da "prematuridade extrema".

O Hospital Alpha Med abriu sindicância interna para apurar o caso. Em nota, a unidade declarou que "está dando toda a assistência e apoio à família do bebê, que está sob os melhores cuidados médicos e assistenciais".

O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Carapicuíba. O delegado responsável, Pedro Buk, instarou inquérito nesta terça-feira e já ouviu os parentes, o motorista e os profissionais do Alpha Med. Ainda assim, o investigador ressalta que é preciso realizar uma perícia detalhada para atestar se houve negligência médica.

— É assustador, né. Só que é uma questão técnica. Nós estamos com os prontuários, ouvimos todo mundo que atendeu e agora vamos pedir uma perícia para o IML. Em cima do que levantamos, os legistas vão dizer se houve negligência, se teve erro médico, se os procedimentos médicos (no hospital) foram corretos, se poderiam ter agido de outra forma — explicou o delegado.

Buk ressalta que a família não estranhou o atendimento médico nem questionou a morte, em princípio, já que a criança nasceu prematura.

— Houve a reclamação depois que se constatou que estava tudo errado. Ficou todo mundo chocado. É escandaloso, mas não cabe a nós dizer (se houve erro) — frisou o delegado.

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