Sargento da PM é preso por executar jovem feirante na zona norte do Rio
Crime reacende debate sobre conduta de policiais fora de serviço e uso da força em espaços públicos

Rio de Janeiro - Fernando Ribeiro Baraúna, sargento da Polícia Militar, foi preso em flagrante, por homicídio qualificado, ao assassinar o jovem Pedro Henrique Morato Dantas, de 20 anos, com tiros à queima-roupa. O crime ocorreu na manhã de domingo, 6/4, na Praça Paramericana, na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. E o sepultamento do corpo de Pedro Dantas se realizou 7/4, em Pedro Toledo, interior de São Paulo, onde ele tem família materna.
O 3º sargento da PM Fernando Baraúna, 39 anos, confessou que matou Pedro Dantas, que era feirante, após sua mulher, Natália Regina Teles Novo Pires, 35 anos, acusá-lo de ter participado de uma confusão dentro da boate, onde o casal se encontrava. A boate fica a uma quadra de distância daquela praça, onde o jovem, na ocasião, estava montando a barraca para vender pastéis. O militar, segundo testemunhas, mentiu ao dizer que matou o feirante em legítima defesa, que o teria ameaçando com uma faca. Fernando e Natália apresentavam sintomas de embriagues quando foram conduzidos à 22ª Delegacia de Polícia, sendo, em seguida, transferido para a Delegacia de Homicídios, onde o militar foi autuado.
Michela Morato, mãe do jovem, no enterro, disse que “eu só quero que seja feita justiça; o meu filho sempre trabalhou para ajudar a família; era um amor de pessoa e todo mundo gostava muito dele. Eu vinha sentindo que alguma coisa ia acontecer, sabe?”.
Pedro Dantas morava na Estrada da Água Branca e tinha mais de 13 mil seguidores no Instagram. Sonhava em crescer no ramo onde trabalhava com o pai Jailton Dantas de Oliveira.
Em nota à imprensa, representantes do comando da Polícia Militar afirmam que “A PM reforça que não compactua com cometimento de excessos e crimes realizados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos”.
O assassinato à queima-roupa do jovem Pedro Dantas, sem nenhuma chance de defesa, por integrante da Polícia Militar, reacende o debate sobre o uso da força por policiais fora de serviço e os riscos da violência armada em áreas públicas.
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