Coluna

Candidato oportunista

Em uma cidade de indústrias e comércio forte, vivia um povo bem politizado e insatisfeito com a qualidade dos serviços públicos prestados pelo município. Eles sabiam que a arrecadação era mais de R$1milhão por dia e queriam que os recursos fossem aplicados em favor do cidadão, então começaram a clamar por uma renovação que trouxesse um novo modo de governar, capaz de oferecer aos cidadãos uma qualidade de vida melhor. Queriam eleger um líder que atendesse os anseios do povo.

Então um oportunista senhor, percebendo a insatisfação dos cidadãos, se apresentou como candidato. Ele tinha em seus discursos solução para tudo e para todos. “Nossa cidade arrecada mais de R$1 milhão por dia. Isso é dinheiro suficiente para dar aos nossos cidadãos saúde, educação, segurança e qualidade de vida de primeiro mundo e eu vou fazer. Vou acabar com a corrupção, vou implantar um governo técnico e administrar com o cidadão. Comigo não tem compadrio.”, prometia o candidato.

Os moradores da cidade, acreditando em suas promessas, decidiram eleger este senhor que havia saído do monturo, ressurgido das cinzas como uma fênix, e trazia no rosto um semblante sério e honesto. Depois de elegê-lo, o povo eufórico promoveu festas por todos os lados, comemorando o que acreditavam ser também para eles uma grande vitória.

Em um dos distritos da cidade, os Senhores e as Senhoras do Carmo promoveram uma grande festa com churrasco e muito chopp para homenagear o prefeito eleito e o convidaram para comemorar com eles. Então veio ai a primeira decepção. Um dos organizadores do evento que estava em uma das barracas distribuindo chopp e que havia se esforçado muito durante a campanha acompanhando o candidato por toda a região rural, que é muito extensa, composta de várias comunidades, ficou decepcionado com o descaso. O prefeito passou rapidamente pela praça onde a festa acontecia e nem sequer foi às barracas cumprimentar aqueles que promoviam o evento e que contavam ter naquele dia o primeiro contato com o prefeito depois de eleito.

A vaidade do poder já havia subido à cabeça, a humildade dado lugar a arrogância e o carinho prometido na campanha, ao desprezo.

Passados 3 meses das eleições, o prefeito assumiu o comando e começou a escolha de seu secretariado. Foi um Deus nos acuda. A montagem do governo parecia mais a preparação para um espetáculo de circo. Tamanha foi a decepção, principalmente dos que trabalharam para conduzi-lo ao poder acreditando na sua honestidade, na coragem para enfrentar os problemas e principalmente na promessa de um governo técnico.

No seu governo a arrecadação passou para mais de R$ 1,5 milhão por dia e ninguém sabe o que é feito. O prefeito diz que esta fazendo obras por todos os lados, mas ninguém vê. Garante que a cidade nunca teve uma administração tão boa quanto a dele, mas só quem depende dos serviços públicos sabe. Critica seu antecessor e continua o acusando de corrupto, mas a auditoria que ele prometeu para provar a corrupção nunca foi apresentada ao cidadão pagador de impostos.

Podemos ver na bíblia, no livro de Juízes capítulo 9, versículos 8 a 15, uma parábola que retrata bem a história deste povo.

8Certa vez, as árvores se puseram a caminho para ungir um rei sobre elas. Disseram à oliveira: ‘Reina, pois, sobre nós!’

9Entretanto, a oliveira declinou alegando: ‘Renunciaria eu ao meu azeite, com o qual se presta honra aos deuses e aos homens, a fim de me colocar por sobre as demais árvores para dominá-las?’

10Então, as árvores dirigiram-se à figueira: ‘Vem tu, e reina sobre nós!’

11Mas a figueira lhes ponderou: ‘Poderia eu abandonar minha doçura e a boa produção do meu fruto no tempo certo?

12E as árvores partiram em busca da videira e a convidaram: ‘Vem tu, e reina sobre nós!’

13Contudo, também a videira lhes afirmou: ‘Iria eu deixar de gerar meu vinho novo, que tanto alegra os deuses e os homens, a fim de erguer-me por sobre as demais árvores para governá-las?’

14Sendo assim, todas as árvores rogaram ao espinheiro: ‘Vem tu, e reina sobre nós!’

15Então, o espinheiro aquiesceu, mas advertiu as árvores: ‘Se de fato desejais ungir-me rei sobre vós, vinde e abrigai-vos sob a minha sombra. Caso contrário, sairá fogo dos meus espinheiros e devorará até os cedros do Líbano!”.  (Juizes 9, 8:15)

O espinheiro representa o governante arrogante e ditador que destrói todos que não compartilham das suas ideias e que não aceitam viver sob o seu julgo. Neste caso, é preciso unir os cidadãos de bem. Não pode um povo pacífico, ordeiro e trabalhador viver sufocado pelo espinheiro.

Toda história merece uma reflexão: o espinheiro só governa quando a árvore boa recusa o convite, mesmo advertida dos males que ele causa.

Geraldo Ribeiro (MG)

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Causos e Crônicas

Comentários


  • 03-09-2014 08:22:00 Jose Cassimiro

    Infeleizmente o DOUTOR é assim,Petulante com orgulho excessivo,soberba,vaidade e OSTENTAÇÃO,que vai só até dezembro de 2016.Pior que os seus secretarios estão contaminados pelo DAMON.

  • 02-09-2014 15:12:00 Ana Maria

    Será que a arrogância de Damon apareceu depois de eleito? Acredito que não, ela podia estar camuflada. O que ele esta fazendo todo mundo esta vendo, agora se o povo aprova ou não as urnas vão dizer em 2016

  • 02-09-2014 08:17:00 Maria Perpetuo Socorro

    O povo não é tolo,está calado,está frio com este tipo de politico,mas na proxima eleição municipal,tem politico que vai sair corrido de alguns localidades da cidade,quem viver verá.