Juiz de Fora (MG) - Há dois tipos de pessoas, indivíduos no mundo. Aqueles que economizam como se fossem viver para sempre e aqueles que gastam como se não fossem viver amanhã. Temos aqueles que trabalham para viver e aqueles que vivem para trabalhar. Poderíamos, quem sabe, definir os seres humanos, claro que não de um modo geral, porque temos muitos tipos e vivendo diversos tipos de culturas, dentro da sociedade de consumo dessas maneiras. Sempre pecando pelos excessos.
O segredo da vida está no meio termo. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Coisa como navegar é preciso e constantemente, até chegar cada um ao seu ponto final de descanso, da usura e do excesso.
Podemos dizer que alguns economizam em excesso por puro medo com o futuro, o que poderá acontecer, trabalhando com as incertezas, mirando o exemplo de muitos que não se importaram com o amanhã. No entanto, dentro do mesmo grupo temos os economizadores que economizam como um tipo de doença, um mal que consome por dentro, ligado, completamente, ao dinheiro, como um deus único e responsável por seus futuros.
Do outro lado, temos o mesmo dentro de uma visão contrária. Pecam pelo excesso do gasto como um tipo de compulsão generalizada, da necessidade de possuir coisas ou pelo simples prazer de entrar em estabelecimentos comerciais e comprarem aquilo que não faz, absolutamente, falta nenhuma. Os apaixonados pelas novidades sempre procurando o modelo mais atual e moderno.
Muitos trabalham em excesso porque vivem um tipo de sociedade escravagista, embutido em pensamentos voltados para o capitalismo, demonstrando que trabalhar muito seria uma prova de eficiência, visando um elogio, uma carreira ou outras coisas.
Há aqueles que trabalham para viver, o que seria uma maneira de procurar construir o suficiente para a sobrevivência e o bem-estar, sem se preocupar com mais nada. Apenas se concentrando no dia seguinte, no mês seguinte e no próximo ano, quem sabe.
Em tudo há o equilíbrio e a busca por ele torna a vida menos confortável. Porque ninguém sabe onde ele está. As alegrias e as tristezas têm um valor de equivalência em cada indivíduo. Medir isso, individualmente, está a cargo de cada um. E assim somos nós, pessoas, divididos entre dois lugares e tentando chegar a lugar algum. É paradoxal, quando vemos atitudes diferentes em cada um de nós. Se não somos equilibrados internamente nunca seremos como grupo, como sociedade.
E quando nós encontramos um equilíbrio interno, administrando os problemas, abstraindo-se deles, passamos a ser um tipo de terceiro grupo que observa os outros. Descobrindo que o equilíbrio é afastar-se de tudo, intrometendo-se pouco naquilo que os outros fazem.
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