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O BONDE 28

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Reprodução - 

Lisboa - Andar de bonde em Lisboa é um passeio clássico imperdível.

Para mim, está entre as cinco coisas que você não pode deixar de fazer em sua visita a Portugal; as outras quatro são: tomar um bom vinho, comer Pastel de Belém e visitar as casas onde moraram os escritores José Saramago e Fernando Pessoa. 

O bonde público - que aqui eles chamam de ‘elétrico’ e, por sinal, era o transporte preferido  do poeta Fernando Pessoa - atravessa as ruas e praças coloridas do velho mundo, deixando as ruas de Lisboa ainda mais charmosas. O 28 é o bondinho mais famoso de Lisboa. Se você tiver que escolher um meio de transporte para fazer um passeio pela velha Lisboa, a escolha é esta! O ponto de partida do 28 é a Praça Martim Moniz e a última parada é no Cemitério dos Prazeres, em Campo de Ourique.

No trajeto do Bonde 28 estão alguns dos mais belos pontos turísticos de Lisboa: o bairro da Graça, a Igreja de São Vicente, o Miradouro das Portas do Sol, a Sé de Lisboa, o Chiado (o bairro mais boêmio de Lisboa), a Praça Luís de Camões, a Basílica, o Jardim da Estrela e o Cemitério dos Prazeres.

A linha é bem  movimentada e costuma ter bastante fila. Para driblar a fila, o ideal é pegar o bondinho no seu ponto de partida,  na Praça Martim Moniz, como nós fizemos.  Não desanime se a fila estiver longa, são vários elétricos 28 na rota, então você entrará no próximo. A passagem para andar nos elétricos em Lisboa custa 2,90 €, se for comprada com o próprio condutor do elétrico.

E eu que já tinha achado o passeio de Tuk Tuk  - triciclo motorizado com cabine, muito popular em Lisboa - fantástico, fiquei impressionado com o bondinho. Praticamente a essência de Lisboa está no caminho desse elegante bondinho que desfila entre os prédios cobertos de azulejos, subidas íngremes, ruas e vielas apertadas da cidade.

O som reconfortante das suas campainhas, substituem os sons dos cascos, no tempo em que os primeiros bondes de Lisboa eram puxados a cavalo. Esses charmosos elétricos já possuem mais de 100 anos e sua cor amarela é característica. O elétrico já faz parte da paisagem lisboeta. Essa rota sobreviveu à época da ditadura, a duas grandes guerras e viu o Euro nascer. Não é incrível? E não se preocupe, o elétrico, por mais antigo que seja, é muito bem conservado. Não está decadente, ou sucateado, os veículos são bem cuidados.

Um dos cartões postais de Lisboa no trajeto do elétrico é o Castelo de São Jorge. Se é a sua primeira vez na cidade, não deixe de conhecer o castelo. No ponto final da rota do elétrico 28, no Campo de Ourique, existe um mercado que atrai diariamente os lisboetas e turistas procurando vegetais e carnes frescas pela manhã.

A grande atração da parada final do bonde, no Campo de Ourique, no entanto, é a Casa Fernando Pessoa, onde o poeta passou os 15 últimos anos da sua vida e escreveu parte substancial de sua obra. A casa funciona como um museu em homenagem ao poeta, que reúne objetos pessoais, documentos, seu quarto e a sua biblioteca particular. 

Se você começou o seu roteiro próximo do almoço, já desça no Ramiro. Um restaurante local de frutos do mar com a cerveja mais gelada da cidade. Agora, se você pegar essa rota mais ao entardecer, te aconselho parar em um desses bares com sacadas em que você pode comer e beber uma boa garrafa de vinho do Porto, enquanto vê o sol se pôr.

Pode ser ali, próximo ao castelo de São Jorge, que tem uma vista incrível da cidade.

Ediel Ribeiro (RJ)

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Coluna do Ediel

Ediel Ribeiro é carioca. Jornalista, cartunista e escritor. Co-autor (junto com Sheila Ferreira) do romance "Sonhos são Azuis". É colunista dos jornais O Dia (RJ) e O Folha de Minas (MG). Autor da tira de humor ácido "Patty & Fatty" publicadas nos jornais "Expresso" (RJ) e "O Municipal" (RJ) e Editor dos jornais de humor "Cartoon" e "Hic!". O autor mora atualmente no Rio de Janeiro, entre um bar e outro.

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