A ação policial “Barreira Petrópolis” do Ministério Público do Rio de Janeiro e a Polícia Civil prendeu o vereador Carlos Augusto Pereira Sodré, o Carlinhos da Barreira, e os PMs Ricardo Silva dos Santos e Carlos Alexandre da Silva Alves. Eles são acusados de formação de quadrilha que praticava agiotagem e extorsão. O parlamentar comandava as negociações de empréstimos com juros abusivos, enquanto os policiais militares executavam o esquema de braço armado da quadrilha, com ameaça de morte das vítimas que não conseguiam pagar os empréstimos.
Os mandados de prisão, busca e apreensão cumpridos na manhã de 22/10, por agentes do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado - GAECO-RJ - e representantes do Ministério Público do RJ, chegou à Câmara de Vereadores de Duque de Caxias. Lá, os policiais vasculharam o gabinete do vereador Carlos Augusto Sodré, que está no exercício do terceiro mandato.
A investigação sobre a atuação da quadrilha vinha sendo realizada há um ano. O vereador, segundo representante do MP/RJ, emprestou R$ 1 milhão a uma das vítimas, empresário do setor de compra e venda de automóveis, que pagava R$ 35 mil de juros ao mês. Como não teve condições de fazer o pagamento alguns meses depois, ele foi ameaçado de morte pelos policiais militares Ricardo Santos e Carlos Alexandre Alves.
Agentes do GAECO informaram que foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão em endereços no Município de Guapimirim e na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, além de Duque de Caxias. Disseram que Carlinhos da Barreira praticava fraude à licitação através da empresa Sodré Serviços de Transportes Locação de Máquinas e Equipamentos, à qual é sócio. As investigações mostram que outra empresa de maquinário, a Madasa Comércio e Locações, manteve vínculo de contrato com a Prefeitura de Duque de Caxias entre 2013 e 2016. E que o vereador recebeu R$ 8,5 milhões, em dezenas de ações bancárias.
Estima-se que Carlinhos da Barreira tenha dissimulado a quantia de R$ 62.360.738,52 nos anos de 2015 e 2020, em negociações criminosas. A justiça determinou o sequestro de imóveis e de recursos financeiros do vereador.
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