Cidades

Filas quilométricas na Caixa Econômica Federal de Itabira geram reclamações

Além de sofrer no sol escaldante sem atendimento, usuários afirmam serem destratados por uma funcionária que faz a triagem nas filas

Fila na Caixa Economica Federal
Arquivo / PMI - 

A Caixa Econômica Federal de Itabira tem piorado a cada dia no atendimento aos clientes. As reclamações são constantes e vários boletins de ocorrência já foram registrados por usuários na Polícia Militar. As maiores reclamações são de que todos os dias se forma uma quilométrica fila do lado de fora e que nenhuma assistência é dada as pessoas que aguardam pelo atendimento, muitas delas idosas e doentes. 

A principal reclamação dos usuários é que muitas vezes chegam na fila cedo e ficam ali aguardando, sem saber o que está acontecendo e sem nenhuma informação, e que o atendimento (que encerra às 13 horas) é lento. Muitas vezes a pessoa já está aguardando a horas e é passada a ordem para os guardas fecharem as portas e encerrar o atendimento, às vezes, faltando ainda alguns minutos para o horário informado em um aviso na porta da agência, motivo que já levou várias pessoas a registrarem boletins de ocorrência na Polícia Militar.

Os usuários alegam ainda que o comportamento da Caixa é injusto e que o banco deveria distribuir senhas com aqueles que já estão na fila, dentro do horário, para que fossem atendidos, o que não é feito. Segundo os usuários, apenas uma funcionária loira que não porta crachá vem do lado de fora avisar que não serão mais atendidos, as vezes ainda bem antes das 13 horas.

Algumas das reclamações dão conta ainda de que esta funcionária, conhecida como “loira da Caixa”, trata todos com rispidez e muitas vezes é irônica quando as pessoas reclamam do tempo que estão aguardando na fila sem atendimento, dizendo que se quiserem ser atendidos é só chegar mais cedo, que o atendimento começa as 7 da manhã e re-comenda aos que reclamam para chegar às 6:40 da manhã.

Entre os usuários da Caixa, o senhor Geraldo Santos é um dos que registrou boletim de ocorrência sob o número 2021-028195358-001. Segundo ele, esteve na Caixa por duas vezes e não foi atendido. No primeiro dia, chegou na fila às 12:45 e na segunda vez, chegou à agência por volta das 12 horas e quando faltava ainda 20 minutos para encerrar o atendimento, esta funcionária, identificada apenas como “loira da Caixa” pelos usuários, chegou avisando que eles não seriam mais atendidos, que havia muita gente dentro da agência e que só seriam atendidos aqueles que conseguissem entrar pela porta da agência antes das 13 horas, os aconselhando a desistir da fila. Nesse momento, segundo Geraldo Santos, ele a questionou se iriam distribuir senhas do lado de fora para quem aguardava. Foi quando ela respondeu que não, que o procedimento da Caixa era aquele (senhas apenas para quem entrasse na agência antes das 13 horas) e quem estivesse insatisfeito poderia buscar os seus direitos, repetindo o que já havia dito a outras pessoas que estavam na fila: “Chegue às 6:40 da manhã”. O relato do senhor Geraldo está registrado em boletim de ocorrência.

Filas na Caixa Economica Federal de Itabira
Foto: Átila Lemos

Este comportamento da Caixa, que se arrasta ao longo dos anos, já foi alvo de debate na Câmara Municipal de Itabira em várias oportunidades. Durante a reunião ordinária, do último dia 8, o presidente da Câmara, vereador Weverton Leandro, “Vetão”, fez um inflamado discurso no plenário e disse que isso que está acontecendo na Caixa é um total desrespeito à população itabirana, caracterizando como “desumano” o que Caixa tem feito. De acordo com Vetão, o que se vê ali é a “fila da vergonha”, considerado por ele como “um tapa na cara do itabirano”. O presidente lembrou a existência da lei municipal 3.506/99, que vem sendo constantemente ignorada pela agência: “É uma vergonha o que gente tem vivenciado diariamente com aquela fila da Caixa Econômica Federal. Aquilo realmente é vergonhoso, dá um tapa na cara da população. A lei 3.506 de 17 de agosto de 1999 impõe que toda e qualquer agência bancária que passe de 15 minutos a contar da entrada em fila, está sujeita a advertência, segundo, multa de cinco mil unidades fiscais de referência, terceiro, multa definida no inciso anterior com valor duplicado. Quantas vezes a Caixa Econômica Federal e outras agências bancárias de nosso município desrespeitaram a lei? Nós temos que tentar alterar isso. A Caixa Econômica Federal é do governo federal, mas precisamos ter no nosso município um Procon ativo, porque ninguém aguenta mais”, declarou.

O senhor Geraldo Santos também disse que se sentiu totalmente desrespeitado, não apenas por ter ficado na fila por mais de uma hora e não ser atendido. Ele alega que os que estavam atrás dele desistiram do atendimento e foram embora quando a conhecida “loira da Caixa” avisou que não iria atendê-los e, como ainda estava dentro do horário, ele insistiu em ficar e mesmo sendo o único que estava aguardando do lado de fora, a funcionária mandou que os guardas fechassem a porta faltando ainda alguns minutos para as 13 horas. “Eu estava na fila a praticamente uma hora quando essa funcionária veio aconselhar os que estavam na fila a desistirem. Questionei a ela se não seria distribuída senha com os que aguardavam na fila dentro do horário e ela disse que não. Eu a adverti que aquele comportamento era errado e ela não gostou, me mandando chegar as 6:40 da manhã, completando que se eu não tivesse gostado que procurasse os meus direitos. Quando tentei argumentar, vi que ela estava disposta a bater boca com qualquer um que discordasse do que ela estava dizendo. Me senti desrespeitado por ela, muito agressiva, fala ríspida e irônica com os que estavam ali aguardando. Ela mandou eu procurar os meus direitos e foi o que fiz, registrei um boletim de ocorrência e entrei com um processo contra a Caixa e acho que é o que todos deveriam fazer. Ela não tem o direito de desrespeitar as pessoas assim. Tive informação de que há outras ocorrências na polícia reclamando dessa mesma pessoa.”

Geraldo fez um boletim de ocorrência e aconselha a todos a agirem assim, e disse que a Polícia Militar, diferente da funcionária da Caixa, o recebeu com toda a atenção no posto comunitário que fica na praça Acrísio Alvarenga.

Procuramos a Caixa Econômica Federal de Itabira e fomos informados que não havia ninguém autorizado a falar sobre o assunto.

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