O ministro do Interior britânico, Sajid Javid, anunciou hoje (13) que assinou o pedido de extradição do fundador do Wikileaks, Julian Assange, para os Estados Unidos (EUA) e que cabe agora aos tribunais decidir.
"Ontem [quarta-feira] assinei e certifiquei a ordem de extradição que vai ser apresentada ao tribunal amanhã [sexta-feira]", disse o ministro à BBC Radio 4, acrescentando que cabe ao tribunal "a decisão final".
O australiano, detido no Reino Unido, deverá comparecer na sexta-feira a um tribunal de Londres para uma audiência preliminar do processo de extradição, na sequência do pedido formalizado terça-feira pelos Estados Unidos.
O veredito só deve ser anunciado dentro de vários meses e a última palavra cabe ao governo britânico, que pode decidir aplicar ou não a decisão judicial.
Julian Assange, 47 anos, é acusado pelos Estados Unidos de mais de 20 crimes, incluindo espionagem e divulgação de documentos diplomáticos e militares confidenciais, puníveis no total por uma pena que pode chegar a 170 anos de prisão, segundo o diário norte-americano Washington Post.
O fundador do Wikileaks recusa a extradição, argumentando que os seus atos "protegeram muitas pessoas".
Assange foi condenado, em 1º de maio, a 50 semanas de prisão por ter violado as condições de liberdade condicional em 2012, ao refugiar-se na embaixada do Equador em Londres para evitar a extradição para a Suécia, onde era acusado de delitos sexuais.
O australiano permaneceu quase sete anos na embaixada do Equador até que, em 11 de abril passado, o presidente equatoriano retirou a proteção diplomática e permitiu sua detenção pela política britânica.
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