RIO - Todas as torcidas estão em busca de ídolos, sejam eles quem forem.
E não há muitos no futebol de hoje.
Parafraseando Belchior: nossos ídolos ainda são os mesmos...
No Botafogo não é diferente.
Os grandes ídolos do alvi-negro são do passado: Nilton Santos, Garrincha, Jairzinho, Paulo César Cajú, Mendonça...
Desses, conheci Mendonça.
Depois que ele parou de jogar, na década de 90, no Bangu, joguei com ele num time de veteranos.
Ano passado, o meia, hoje com 60 anos, foi internado às pressas no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna (RJ), com problemas no fígado, baço e rim, decorrentes do consumo de álcool.
Mendonça foi – e é! – um dos grandes ídolos do Botafogo.
Apesar de ter atuado em um período de jejum do Glorioso - entre os anos 70 e 80 - é dono de grandes marcas.
Filho de Mendonça, zagueiro vice-campeão carioca pelo Bangu, em 1951, o meio-campista construiu sua carreira no Botafogo entre 1975 e 1982, saindo sem conquistar nenhum título. Mesmo assim, deixou o clube como ídolo da torcida, com 336 jogos e 116 gols.
Além do Botafogo, jogou no Palmeiras, Santos, Grêmio, Portuguesa, Inter de Limeira e São Bento.
No Verdão, fez parte da equipe vice-campeã paulista de 1986.
Encerrou sua carreira em 1990 vestindo a camisa do Bangu, realizando o sonho de seu pai.
Como ex-jogador, em 2008, colocou seus pés na calçada da fama do Maracanã.
Certa vez, fiz uma viagem com ele pra Minas Gerais, onde jogamos uma pelada de veteranos.
Mendonça, sempre alegre e brincalhão, ainda conservava o estilo clássico e a extrema habilidade de bater na bola.
Nessa partida, fez dois gols de faltas.
Nesse domingo, tive o prazer de reencontra-lo, em Madureira, durante o Campeonato Carioca de Master (Fut 7).
Recuperado, graças ao apoio do amigo Adílio - ex-Flamengo e seu amigo desde os 11 anos - Mendonça distribuía sorrisos e abraços.
É bom tê-lo de volta, Mendonça!
O futebol precisa muito de seus ídolos, dos novos e antigos.
*Ediel é jornalista, escritor e cartunista.
Comentários