Os casos de gripe já registrados no Brasil em 2017 apontam para um crescimento da incidência do tipo H3N2 do vírus influenza, de acordo com o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), do Ministério da Saúde.
Até a décima semana deste ano, as amostras pesquisadas apontaram que mais de 63% das ocorrências de influenza apresentaram o tipo H3N2. Em 2016, no mesmo período, era o H1N1 que comandava a incidência, com 43% de todos os casos de gripe analisados. Para efeito de comparação, em 2017, o H1N1 acometeu 1,9% dos pacientes.
“É importante frisar que, a cada ano, o quadro de ocorrências dos tipos de cepas de vírus muda. O H1N1, em função das epidemias que já tivemos no Brasil, leva toda a culpa sempre”, observa a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai.
A especialista se refere, por exemplo, ao ano passado, quando o Brasil registrou que 87,27% de todos os casos de influenza eram de H1N1, enquanto que do H3N2, em franco crescimento agora, foi responsável por 0,4% dos casos.
Mais grave
Em relação à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), o H3N2 também se mostra mais forte em 2017, até a décima semana.
Segundo o Ministério da Saúde, 54% dos casos analisados eram de H3N2. No ano passado, em apenas 1,3% do total de ocorrências foi registrado o vírus. Em 2016, como o H1N1 dominou o ranking de influenzas, também para a SRAG foi assim. Mais de 83% dos casos tinham o tipo viral nas análises.
Vacinação
A recomendação da SBIm é que as populações de risco, e não só os idosos, sejam imunizadas nas campanhas de vacinação. A próxima começa em 10 de abril, seguindo até 19 de maio. O Dia da Mobilização Nacional será em 6 de maio, conforme determinação do Ministério da Saúde.
“A única estratégia que temos, e que é eficaz, é a vacinação. A população precisa entender que é sempre, e não só quando há um surto. Não temos como adivinhar quando será um problema maior. E é sempre bom frisar: a vacina não causa gripe”, destaca Isabella Ballalai.
“A única diferença entre o H1N1 e o H3N2 é que são cepas diversas. Os dois são os mais prevalentes do influenza e, por isso, causam mais infecções, mortes. No entanto, os sintomas de um ou do outro não são mais graves”, complementa.
Comentários