Novembro Azul reforça autocuidado masculino e caso de paciente mostra impacto do diagnóstico precoce
História de Júlio César, atendido no Hospital Alberto Cavalcanti, evidencia como exames preventivos podem evitar agravamentos do câncer de próstata.
Júlio César Siqueira da Silva, 60 anos, sempre deixou consultas médicas para depois. Recentemente, resolveu procurar a unidade de saúde perto de casa para uma avaliação de rotina. O que seria apenas um check-up acabou revelando um quadro mais grave: exames apontaram alterações importantes e, após investigação completa, veio o diagnóstico de câncer de próstata em estágio avançado.
“Fiquei surpreso. Não sentia nenhum sinal de que algo estava errado. A operação foi necessária e deu certo. Meu PSA, que estava em sessenta, caiu para um. Agora, sigo para a radioterapia para concluir o tratamento”, contou. Ele é paciente do Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), unidade da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) especializada em oncologia.
O hospital registra volume expressivo de atendimentos. Em dois mil e vinte e quatro, foram mais de mil e trezentas consultas relacionadas ao câncer de próstata e cento e vinte e oito cirurgias. Até outubro de dois mil e vinte e cinco, a equipe já havia realizado cento e vinte e seis procedimentos e cerca de mil e duzentas consultas.
Câncer silencioso e fatores de risco
O urologista Diego Zille explica que o tumor costuma surgir em uma área da próstata que não provoca sintomas no início, o que atrasa a descoberta da doença. “Quando o paciente percebe algo diferente, na maioria das vezes o câncer já avançou”, afirma. Entre os sinais mais comuns nas fases tardias estão sangramento urinário, dor na região pélvica e dor óssea, muitas vezes relacionada à metástase.
A idade é o principal fator de risco: homens acima de 65 anos representam a maior parte dos diagnósticos. Histórico familiar, alimentação rica em gordura animal, consumo frequente de ultraprocessados, sedentarismo, tabagismo e exposição a substâncias químicas também aumentam a probabilidade de adoecimento. O tumor é mais frequente entre homens negros e pardos.
Por isso, exames preventivos são fundamentais. “Recomendamos iniciar o acompanhamento a partir dos cinquenta anos. Para quem tem fatores de risco, o ideal é começar aos quarenta e cinco”, orienta o urologista.
Estilo de vida e prevenção
Boas práticas no dia a dia ajudam a reduzir o risco. Alimentação equilibrada, atividade física regular, controle do peso corporal e abandono do cigarro estão entre as medidas mais recomendadas.
Quando o câncer é detectado cedo, as chances de cura são altas. Em tumores restritos à próstata, elas variam de noventa a noventa e oito por cento. A sobrevida em cinco anos é praticamente integral.
Além do câncer de próstata
O Novembro Azul também chama atenção para a saúde masculina de forma ampla. “Os homens costumam adiar consultas e exames. Essa negligência impacta na expectativa de vida”, explica Zille. Ele afirma que, durante as avaliações, é comum identificar problemas metabólicos, hipertensão ou diabetes que ainda não haviam sido diagnosticados.
“O cuidado regular é essencial. A campanha reforça a importância de superar preconceitos e manter um acompanhamento contínuo da saúde”, conclui.
*Com informações da Agência Minas
Comentários