Polícia

PF e Receita desarticulam esquema de R$ 50 milhões em produtos ilegais no centro de Belo Horizonte

Operação Desbordo investiga grupo suspeito de abastecer o comércio popular com mercadorias estrangeiras sem origem regular

SEF-MG | Divulgação. 

Belo Horizonte – Agentes da Polícia Federal (PF), da Receita Federal (RFB), da Receita Estadual de Minas Gerais (SEF/MG) e da Polícia Militar (PMMG) deflagraram nesta quinta-feira (30/10) a Operação Desbordo, em Belo Horizonte. A ação teve como alvo um prédio de 19 andares e subsolo no hipercentro da capital mineira, utilizado como um grande depósito vertical de mercadorias estrangeiras sem comprovação de origem.

O objetivo da operação é combater o contrabando e o descaminho de produtos como eletrônicos, brinquedos, roupas e outros itens de consumo popular. As autoridades estimam um prejuízo de cerca de R$ 50 milhões em fraudes, com indícios de movimentações financeiras que podem ultrapassar R$ 100 milhões.

Segundo as investigações, o esquema seria mantido por uma organização criminosa estruturada e bem articulada, responsável por abastecer o comércio popular de Belo Horizonte com produtos ilegais importados sem nota fiscal. O prédio funcionava como célula de distribuição desses materiais, que posteriormente eram revendidos em shoppings e galerias da região central.

Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, além do sequestro e bloqueio de bens e valores pertencentes aos investigados. As equipes também apreenderam uma grande quantidade de produtos e documentos que servirão para aprofundar as investigações.

Participaram da ação 21 auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal, 22 auditores da Receita Estadual, 28 policiais militares e 18 policiais federais.

De acordo com a PF, o grupo vinha sendo monitorado há meses. As investigações detectaram o descarregamento frequente de caminhões no local, sem documentação fiscal, o que levantou suspeitas e levou à operação conjunta.

Os envolvidos poderão responder pelos crimes de sonegação fiscal, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Também estão sendo apurados indícios de evasão de tributos, concorrência desleal e prejuízo ao consumidor pela venda de produtos de qualidade inferior.

A Receita Estadual de Minas Gerais destacou que a operação é um exemplo de integração entre os órgãos públicos para coibir práticas ilegais que comprometem o desenvolvimento econômico do estado. “Acreditamos que este é um dos maiores estoques de mercadorias fruto de contrabando e descaminho já desmobilizados na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A estratégia envolveu grande esforço de inteligência e cooperação entre as instituições”, afirmou o auditor fiscal Pierre Julião, da SEF/MG.

Até o momento, não há confirmação de prisões, mas os bens bloqueados e os materiais apreendidos seguem sob análise. A força-tarefa pretende identificar sete CNPJs ligados ao esquema e apurar o destino final das mercadorias apreendidas.

A Operação Desbordo segue em andamento e novas fases não estão descartadas.

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