Brasil

Mercado financeiro reduz previsão de inflação para 2025, mas projeção ainda supera meta do Banco Central

Boletim Focus aponta inflação esperada de 4,80%, ligeiramente abaixo da semana anterior. Selic deve permanecer em 15% e PIB projetado segue estável em 2,16%.

Brasília – Pela segunda semana consecutiva, o mercado financeiro revisou para baixo a previsão de inflação em 2025, passando de 4,81% para 4,80%, segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Banco Central (BC). Embora a redução seja pequena, o número ainda está acima do teto da meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual — ou seja, o limite máximo é de 4,5%.

O relatório também aponta que o mercado projeta inflação de 4,28% em 2026 e 3,90% em 2027, mantendo a tendência de desaceleração nos próximos anos.

A prévia da inflação oficial de setembro, medida pelo IPCA-15, ficou em 0,48%, após registrar -0,14% em agosto. Em 12 meses, o índice acumula 5,32%, segundo o IBGE. A alta no mês foi puxada principalmente pela energia elétrica, enquanto os alimentos registraram queda pelo quarto mês consecutivo, com recuo de 0,35%.

Joedson Alves/ABR. 

Selic deve permanecer em 15% ao ano

A taxa básica de juros (Selic) continua sendo o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. De acordo com o Boletim Focus, o mercado projeta que a Selic permanecerá em 15% ao ano — patamar mantido há 15 semanas consecutivas.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC decidiu manter a taxa e sinalizou que ela deverá continuar nesse nível “por período bastante prolongado” até que a inflação esteja dentro da meta.

As projeções para os anos seguintes indicam queda gradual: 12,25% em 2026 e 10,50% em 2027.

Taxas de juros elevadas tendem a frear a demanda e conter os preços, já que encarecem o crédito e estimulam a poupança. Por outro lado, juros altos também podem limitar o crescimento econômico. Quando a Selic cai, o crédito se torna mais acessível, o que incentiva o consumo e a produção, mas reduz o controle sobre a inflação.

PIB e dólar

As expectativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) seguem estáveis há quatro semanas, com previsão de crescimento de 2,16% em 2025. Para 2026 e 2027, a projeção é de 1,80% e 1,90%, respectivamente.

Já o dólar deve encerrar 2025 cotado a R$ 5,45, abaixo das estimativas anteriores (R$ 5,48 há uma semana e R$ 5,55 há quatro semanas). Para 2026, o mercado projeta cotação de R$ 5,53, e para 2027, de R$ 5,56.

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