PF apura ligação de intoxicação por metanol com crime organizado em São Paulo
Ministro da Saúde determina notificação imediata de novos casos; já são dez registros e três mortes confirmadas

Brasília - A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para investigar os casos de intoxicação por metanol registrados no estado de São Paulo. O diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, informou nesta terça-feira (30) que a apuração inclui a possível participação do crime organizado na adulteração de bebidas alcoólicas.
Segundo Rodrigues, há indícios de distribuição do produto para fora de São Paulo e conexão com investigações anteriores conduzidas no Paraná e em outras regiões. Parte das apurações envolve a cadeia de combustíveis, já que o metanol é importado pelo Porto de Paranaguá (PR).
“A investigação vai dizer se há conexão com o crime organizado. Vamos trabalhar de maneira integrada com a Polícia Civil de São Paulo, complementando investigações administrativas já em andamento”, afirmou o diretor da PF.
Saúde determina notificação imediata
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que todos os serviços de saúde do país deverão notificar imediatamente os casos suspeitos de intoxicação por metanol. A determinação foi feita em coletiva nesta terça-feira (30), ao lado do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
“Qualquer pessoa que procure atendimento médico com sinais de intoxicação e relato de ingestão de bebida de origem desconhecida já deve ser notificada. Não precisa esperar o diagnóstico final”, explicou Padilha.
De acordo com o ministério, desde o início de setembro foram confirmados dez casos de intoxicação, com três mortes. A série histórica da pasta registra, em média, 20 casos por ano em todo o país — número praticamente alcançado apenas em agosto e setembro deste ano, concentrados em São Paulo.
“De fato, nós estamos diante de uma situação anormal, diferente de tudo o que aparece na nossa série histórica”, destacou o ministro.
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