Associações alertam para riscos de bebidas adulteradas com metanol em São Paulo
Casos de intoxicação já deixaram duas mortes; entidades reforçam necessidade de atenção do consumidor e combate ao mercado ilegal

São Paulo - A série de intoxicações por ingestão de bebidas adulteradas com metanol em São Paulo levou a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e a Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (ABNO) a publicarem notas de alerta neste fim de semana. Até agora, nove pessoas foram diagnosticadas com intoxicação, das quais duas morreram.
A Abrabe afirmou estar em “profunda preocupação e solidariedade às vítimas e familiares” e reforçou que atua no combate ao mercado ilegal de bebidas, além de orientar o setor sobre exigências técnicas e regulatórias. A entidade destacou que, somente em 2025, foram apreendidos mais de 160 mil produtos falsificados, além de insumos e equipamentos usados em fraudes.
“A Abrabe reitera o compromisso com a proteção do consumidor e com a defesa do mercado legal, seguro e responsável e seguirá contribuindo com os governos federal e estadual para proteção da população”, diz a nota.
Risco de cegueira
A ABNO, por sua vez, alertou para os graves riscos da ingestão de metanol. Segundo a associação, a substância pode causar neuropatia óptica, doença que pode levar à perda irreversível da visão.
Os primeiros sintomas aparecem entre 12 e 24 horas após o consumo e incluem dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental e, principalmente, visão turva repentina ou até cegueira.
O tratamento deve ser imediato, com uso de antídotos como etanol venoso, bicarbonato para corrigir a acidez no sangue, vitaminas (ácido fólico/folínico) e, em casos mais graves, hemodiálise para remoção do veneno.
Reação das autoridades
A gravidade da situação levou a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP) a emitirem uma nota técnica com recomendações urgentes para estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas em São Paulo.
O objetivo é reforçar a fiscalização e garantir que o consumidor esteja protegido contra produtos adulterados que colocam vidas em risco.
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