Agropecuária

Brasil recebe status de país livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA

Reconhecimento é considerado marco para a pecuária nacional e pode abrir novos mercados internacionais

rebanho
Foto: Jeffer Berrire / Pexels - 

Brasília - O Brasil foi oficialmente reconhecido como país livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O anúncio foi feito nesta quinta-feira (29) durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da OMSA, realizada em Paris, na França.

Com a decisão, o Brasil dá um passo histórico na sanidade animal, colocando-se ao lado de potências agropecuárias como Estados Unidos, Austrália e países da União Europeia, que já possuem o mesmo status.

O reconhecimento internacional ratifica o avanço das políticas sanitárias e o comprometimento do setor agropecuário com a erradicação da doença. Em maio de 2023, o próprio governo federal já havia declarado o país livre da febre aftosa sem a necessidade de vacinação, mas faltava a validação internacional.

Participaram da cerimônia em Paris o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, a senadora e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Tereza Cristina, e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni.

Em nota, a CNA afirmou que o novo status sanitário “reforça o compromisso do setor agropecuário e dos produtores rurais com a sanidade de seus rebanhos e com a qualidade dos produtos ofertados aos mercados compradores.”

A entidade destacou que o reconhecimento é resultado de um trabalho conjunto de quase uma década, realizado dentro do escopo do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA).
“Durante os cerca de 10 anos de execução do PNEFA, foram realizados estudos soroepidemiológicos que apontaram para a não circulação do vírus no país”, destacou a CNA.

A federação também enfatizou que, mesmo com o fim da vacinação, o país continuará mantendo ações de vigilância e controle sanitário, com papel fundamental dos produtores rurais na notificação de qualquer ocorrência ao Serviço Veterinário Oficial (SVO).

A Famasul, por sua vez, avaliou que a chancela da OMSA representa “a consolidação de um esforço conjunto entre as federações, produtores rurais e governos, sendo um marco para a pecuária de Mato Grosso do Sul e do Brasil.” Segundo a entidade, o novo status aumenta a competitividade do Brasil no mercado global, “com sanidade, rastreabilidade e sustentabilidade na produção.”

A febre aftosa é uma das enfermidades mais temidas na pecuária por seu alto grau de transmissibilidade e pelos graves prejuízos econômicos que causa. Desde os anos 1950, o Brasil desenvolve programas de combate à doença, com marcos importantes como a criação do PNEFA em 2017, que tem como objetivo a erradicação total até 2026.

Com o reconhecimento, espera-se que o Brasil amplie sua presença nos principais mercados consumidores de proteína animal e aumente seu poder de negociação em exportações, agregando valor aos produtos de origem animal.

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