Queijo mineiro de Alagoa conquista prêmio máximo da ExpoQueijo 2025
Pela primeira vez, produto brasileiro leva medalha Super Ouro no concurso internacional

Belo Horizonte (MG) - Pela primeira vez na história da ExpoQueijo, um queijo brasileiro conquistou a medalha Super Ouro, premiação máxima do Concurso Internacional realizado durante o evento. O destaque ficou para o Pedra do Segredo, um queijo artesanal produzido na pequena cidade de Alagoa, no Sul de Minas Gerais.
Feito com leite cru, massa semi-cozida e maturação de 180 dias, o queijo encantou o júri técnico e desbancou os tradicionais campeões italianos e argentinos, que dominaram as edições anteriores do concurso.
“Eu realmente não esperava. Sou um pequeno produtor familiar em uma cidadezinha de dois mil habitantes. Jamais poderia imaginar que meu queijo superaria italianos e argentinos”, disse emocionado o produtor Jayme Porfírio Mendes, que não compareceu à premiação por questões de saúde. Segundo ele, a produção diária é de apenas seis queijos, a partir de 300 litros de leite tirados todos os dias.
Jayme destacou o papel da Emater-MG, responsável por orientações técnicas que ajudaram a elevar o padrão do produto. “Sem esse apoio, talvez eu nem estivesse aqui hoje”, afirmou.
Minas Gerais domina premiação
A edição 2025 do concurso teve 127 produtores concorrendo em 43 categorias. Os queijos de Minas Gerais brilharam mais uma vez: foram 69 medalhas no total, sendo 24 de ouro, 21 de prata e 24 de bronze. Mais da metade dos premiados são mineiros.
“A ExpoQueijo cumpriu seu papel. Mais de 50% dos queijos vencedores são do nosso estado e o grande vencedor, que leva pra casa o Super Ouro, é mineiro”, comemorou o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Fernandes.
O evento é organizado pela Seapa, em parceria com a Epamig, o Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) e com apoio da Emater-MG e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O objetivo do concurso é promover os queijos artesanais, dar visibilidade aos produtores e valorizar a cadeia produtiva.
Histórias que inspiram
Outro exemplo de sucesso vem de Tapira, no Alto Paranaíba. O casal Reginaldo de Assis Castro e Liliana Patrícia, produtores do queijo Três Irmãos, já coleciona medalhas na ExpoQueijo. Este ano, o destaque foi um Minas Artesanal de Casca Florida, descrito como leve, suave e cremoso por dentro.
“Começamos quase por acaso, aproveitando o leite de uma vaca que ganhamos. Mas o queijo fez sucesso, as encomendas começaram a chegar e decidimos investir”, contou Liliana, que hoje produz cerca de 70 queijos por dia e busca constante aperfeiçoamento com cursos e novos equipamentos.
Para a organizadora da ExpoQueijo, Maricell Hussein, todos os participantes já são vencedores. “São produtores dedicados à arte do queijo artesanal. Independente do troféu, saem daqui valorizados.”
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