Protegida por colete à prova de bala, a vereadora de Belo Horizonte, em Minas Gerais, a transexual Duda Salabert cravou o voto em favor dela para deputada federal, na urna eletrônica, no domingo, 2/10. Também na capital paulista, a transexual Erika Hilton, utilizou da mesma tática, como candidata a deputada federal. E, no final da apuração, tanto uma como a outra, ganharam assento na Câmara Federal, em Brasília. São, portanto, as primeiras mulheres transexuais eleitas da história do Brasil. Salabert (PDT-MG) teve 208.265 votos e ficou em 3º lugar como a candidata mais votada em Minas Gerais. Já Erika Hilton (PSOL-SP) conseguiu 256.902 votos, sendo a mais votada em São Paulo..
Tudo indica, diante de ambiente que se mostra mais conservador do que antes, não terão circulação fácil no Congresso Nacional. Provavelmente saberão evitar as pedras no caminho pela frente, pois já são calejadas em redutos parlamentares. Há dois anos, ambas foram vereadoras mais votadas em suas respectivas cidades, com vasta experiência em militância política. Salabert é professora e, durante o mandato, dava aula de português numa escola até perder o emprego. O motivo, contou, foi a pressão dos pais dos alunos e ameaças que recebia.
Também a transexual negra Erika Hilton, que já foi deputada estadual e vereadora mais voltada em 2020, registra muita discriminação na trajetória de vida, tendo sido expulsa de casa porque seus familiares, conservadores, que não aceitaram sua transexualidade. Ainda adolescente se prostituiu nas ruas. No ano passado, por iniciativa dela, foi instalada Comissão de Inquérito Parlamentar – CPI – na Câmara Municipal de São Paulo para investigar violência contra pessoas trans e travestis na cidade. Acabou por presidir a CPI da Transfobia, a primeira do tipo em todo o Brasil. O relatório final está em fase de elaboração e terá todos os dados relativos à investigação.
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