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Mostra revela arte brasileira sob perspectiva da atividade industrial

Obras reunidas na Pinacoteca de São Paulo cobrem período de 120 anos

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Divulgação - 

A exposição A Máquina do Mundo: Arte e Indústria no Brasil 1901-2021, que fica em cartaz na Pinacoteca de São Paulo até 22 de fevereiro do ano que vem, reúne cerca de 250 obras de mais de 100 artistas nas sete galerias de exposições temporárias do Edifício Pina Luz.

Segundo os organizadores, a mostra, que tem curadoria de José Augusto Ribeiro e assistência de Daniel Donato Ribeiro, presenta-se uma perspectiva inédita dos últimos 120 anos da história da arte brasileira, examinando as várias maneiras pelas quais a indústria impacta a produção de artistas no país desde o início do século passado.

De acordo com a Pinacoteca, a seleção privilegia as questões internas aos trabalhos e questiona, a partir daí, os impactos da indústria moderna no pensamento da arte e nos contextos sociais em que tais pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, objetos, filmes e poemas foram produzidos.

Os organizadores explicam que a máquina está associada tanto à noção do próprio trabalho de arte como um aparelho quanto às fábricas, locais símbolos da modernidade, com trabalhadores concentrados em linhas de montagem, maquinário pesado, produtos processados e de circulação em massa.

Inéditos
Três trabalhos foram produzidos para a mostra: Ana Linnemann fez A Mesa de Ateliê 4, no qual um sistema complexo de procedimentos mecânicos repete atividades realizadas em ateliê por artistas; Artur Lescher desenvolveu Riovenir, que faz referência às esteiras de linha de produção, e Raul Mourão realizou a obra Pilha/torre que, por meio da ação do público, coloca em movimento pendular e constante uma estrutura geométrica.

Santoscópio=Dumontagem, de Carlos Adriano, um dos destaques da mostra, é um curta-metragem em que Santos Dumont explica o funcionamento de seus balões dirigíveis ao aeronauta Charles Stewart Rolls em 1901. Na época, o filme foi feito a partir de 1.339 cartões fotográficos e podia ser visto em um dispositivo cinematográfico chamado mutoscópio. Dado como perdido por décadas, o registro foi encontrado por Adriano em 2002, restaurado e digitalizado e então recebeu nova produção.

A exposição inclui também obras de Abraham Palatnik, Cildo Meireles, Emiliano Di Cavalcanti, Geraldo de Barros, Guto Lacaz, Hans Gunther Flieg, Iran do Espírito Santo, Jac Leirner, José Resende, Julio Plaza, Leda Catunda, lole de Freitas, Lotus Lobo, Lygia Clark, Lygia Pape, Mabe Bethônico, Marcelo Cipis, Patricia Galvão, Raymundo Colares, Tarsila do Amaral, Waldemar Cordeiro, Waltercio Caldas e Wlademir Dias-Pino, entre outros.
 

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